sexta-feira, 31 de maio de 2013

Só uma grande mobilização vai barrar PL 4330, aponta debate no Rio

"Só com grandes mobilizações nas ruas é que poderemos barrar o projeto de lei 4330, do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), que permite a terceirização em todos os setores de qualquer empresa, inclusive nos bancos". A afirmação foi feita, nesta segunda-feira (27), pelo secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira, durante debate organizado pela Secretaria de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e pela Secretaria de Relações do Trabalho da CUT/RJ, no auditório do Sindicato. Na ocasião o Sindicato de Campos foi representado pelo dirigente da entidade, Paulo Robeson dos Santos Manhães.

O dirigente sindical frisou que o PL em questão corre o risco de ser aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, ainda nesta terça-feira (28), apesar dos esforços que a CUT e demais centrais sindicais vêm fazendo desde 2004, quando a proposta foi apresentada, para que fosse rejeitada. 

"Caso a aprovação aconteça, o projeto vai direto para o Senado. Como no atual Congresso Nacional, 4 em 5 parlamentares defendem interesses dos patrões, teremos que ir para as ruas, explicar os prejuízos sem tamanho que ele trará para todos os trabalhadores, organizar grandes mobilizações e paralisações, para evitar que aconteça o mesmo no Senado", afirmou Miguel.

Rasgando a CLT

O PL 4330, na prática, acaba com os direitos previstos na CLT. A começar pela assinatura da carteira de trabalho, já que autoriza qualquer empresa a contratar todos os trabalhadores como pessoas jurídicas (PJs). Permite, ainda, que a totalidade dos postos de trabalho de qualquer empresa sejam ocupados por mão de obra de empresa terceirizada.

Assim, o PL aponta para a extinção das categorias, como as conhecemos hoje, como bancários, petroleiros, comerciários, jornalistas, etc., colocando em seu lugar trabalhadores terceirizados submetidos a condições precárias, com salários arrochados e sem a garantia do pagamento dos seus direitos, já que acaba com a responsabilidade solidária, pela qual o empregado terceirizado pode processar o tomador dos serviços, por exemplo, um banco, caso a terceirizada não cumpra com suas obrigações. O calote, nestes casos, é recorrente.

"O PL 4330 é uma afronta à Constituição Federal, pois fere as relações trabalhistas que devem levar em conta a livre iniciativa e a organização do trabalho. O PL implode todos os conceitos contidos na CLT. É uma afronta brutal à organização dos trabalhadores, porque divide e enfraquece as categorias ao permitir a livre substituição por empresas terceirizadas, quebrando, desta forma, a espinha dorsal do movimento sindical", advertiu o sindicalista. 

Miguel avaliou que, a médio prazo, haverá no lugar da relação trabalhista de hoje contratos temporários com prestadoras de serviços terceirizados e quarteirizados. "Estaremos voltando aos tempos da Revolução Industrial", alertou.

Governo Dilma

O dirigente da Contraf-CUT não crê que o governo Dilma vá vetar o projeto. "Muita gente acredita nisso. Mas é preciso lembrar que o Estado brasileiro é o que mais emprega a terceirização", justificou. 

O PL também é válido para o setor público, tanto para as empresas estatais, quanto para o serviço público. O sindicalista defendeu a regulamentação da terceirização, mas de outra forma. De maneira que garanta aos terceirizados direitos iguais aos dos trabalhadores pertencentes à categoria majoritária; responsabilidade solidária, entre outros direitos.

Pelo PL, a terceirização poderá ser feita, também, nas chamadas atividades fim. Por exemplo, atividades específicas dos bancários, que hoje não podem ser terceirizadas, pela lei, passariam a poder. 

Precarização do trabalho

O técnico do Dieese, Paulo Jagger, fez um histórico sobre o surgimento da terceirização no mundo. Essa forma de organização veio para o Brasil nos anos 1980 para 1990, através de empresas transnacionais. Depois começou a se disseminar pelo país, com efeitos perversos para os trabalhadores. 

"As empresas passaram a adotar este método que trazia redução de custos, através do arrocho dos salários, retirando direitos e desqualificando a mão de obra. E isto compromete um projeto de país para o futuro. Talvez, as empresas e o próprio governo não estejam se dando conta disto", avaliou. 

Jagger deixou uma pergunta no ar: por que este PL está sendo colocado em votação justamente num momento em que o país não enfrenta a mesma crise que a Europa, está com a economia estável e com desemprego em baixa?

Bancários e petroleiros

O secretário de Relações Internacionais da CUT Nacional e da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Anselmo Ruoso, concordou com Miguel ao defender que os sindicatos organizem mobilizações de rua e façam o debate sobre o PL com a sociedade. 
Ele lembrou que as centrais apresentaram um projeto de regulamentação da terceirização à Casa Civil no governo Lula, em 2011, à então ministra Dilma Rousseff. Mas que foi engavetado. 

"Todas as centrais são contrárias a este PL. Criamos a Frente Nacional em Defesa dos Trabalhadores Ameaçados pela Terceirização e vimos empurrando este projeto, evitando a sua votação. Mas os trabalhadores não acordaram para esta realidade e uma bomba relógio está para estourar", disse.

O dirigente petroleiro disse, ainda, que o projeto permite a contratação de mão de obra por sucessivas terceirizadas e determina que as segundas férias são de responsabilidade da segunda contratada. "Esse modelo traz para o Brasil o mais perverso dos mundos", complementou. 

A vice-presidente do Sindicato, Adriana Nalesso, frisou a importância dos bancários tomarem conhecimento e se organizarem junto com o Sindicato, outras entidades e as centrais, para impedir a aprovação final. 

O diretor da CUT/RJ, Marcelo Azevedo, organizador do evento pela entidade, falou da importância de se tratar deste tema em todas as categorias e mais sistematicamente. "É possível evitar a aprovação. Mas só conseguiremos isso, com a pressão dos trabalhadores nas ruas de todo o país", defendeu.


Fonte: Contraf-CUT com Seeb Rio

terça-feira, 28 de maio de 2013

Ato no Centro marca início da Campanha Salarial 2013/2014 em Campos

Início da Campanha Salarial. Foto: SBTRAF - Campos e Região
Teve início nesta terça-feira (28) a Campanha Salarial 2013/2014 dos bancários e bancárias em todo o Brasil. Em Campos, o dia foi marcado com a atuação do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Campos dos Goytacazes e Região (SBTRAF) nas ruas da cidade entregando os formulários de pesquisa da Campanha, para a categoria apontar quais são suas prioridades, e distribuindo uma cartilha à população, alertando de seus direitos e como defender-se dos abusos dos bancos.

Entre os questionamentos feitos no formulário, estão questões sobre as reivindicações de remuneração fixa e variável, quais demandas prioritárias de emprego, saúde, educação, segurança, condições de trabalho e a disposição de participar da campanha. Além, de perguntas relacionadas a temas atuais, como a regulamentação do sistema financeiro, redução dos juros, projeto de terceirização e democratização da mídia.

Em parceria com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), Federação dos Bancários do Rio de Janeiro e Espírito Santo e a Contraf-CUT, foi elaborada uma cartilha explicativa com detalhes dos direitos que os clientes dos bancos possuem. A mesma foi distribuída à população, a fim de aproximar os cidadãos das lutas do Sindicato, que não é somente da categoria bancária, como de todos os usuários do sistema financeiro, que necessitam de melhores atendimentos, menos tempo em filas e redução de taxas.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Após privatização, Itaú, Bradesco e BB assumem controle do IRB-Brasil



Thais Folego 
Valor Econômico

O governo brasileiro concluiu a desestatização da maior resseguradora do país, o IBR-Brasil Re, a única privatização federal nos últimos oito anos. As seguradoras do Banco do Brasil, do Bradesco e do Itaú, além do Fundo de Investimento em Participações Caixa Barcelona e a União Federal, assinaram, na sexta-feira (24), acordo de acionistas do novo bloco de controle da resseguradora.

O IRB foi inscrito no Plano Nacional de Desestatização (PND), comandado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), em 2005, quando foi realizada a última privatização do programa - no caso a venda do Banco do Estado do Ceará (BEC) para o Bradesco.

Em paralelo, a BB Seguridade (por meio da subsidiária BB Seguros) e a União assinaram contrato de transferência de ações, em que o governo vende 212.421 ações ordinárias do IRB (equivalente a 21,24% do capital total da companhia) para o braço de seguros do BB por R$ 547,4 milhões (R$ 2.577,00 por ação).

Além do acordo de acionistas, o processo de reestruturação societária do IRB envolve a conversão da totalidade das ações preferenciais em ordinárias (na proporção de um para um) e a emissão de uma ação de classe especial ("golden share") para a União. Também está previsto o aumento do capital social do IRB, mediante emissão de novas ações ordinárias, com renúncia total da União Federal ao exercício de seu direito.

A operação foi aprovada pelo Conselho Administrativo da Defesa Econômica (Cade) em abril, mas a finalização do negócio está condicionada ao sinal verde do Tribunal de Contas da União (TCU) e posterior aprovação do aumento de capital pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Ao fim do processo, o Itaú vai deter 15% do capital social do IRB, desembolsando R$ 2,3 milhões no aumento de capital da resseguradora. O Bradesco, que atualmente detém 21,24% do capital, não vai exercer seu direito de subscrição e terá sua participação diluída para 20,42% após o aumento de capital. A BB Seguridade também terá sua participação diluída para 20,42%. A União terá 15% do capital do IRB vinculado ao acordo de acionistas, mas sua participação final no capital da resseguradora ainda não foi divulgada.

Fundado em 1939, o IRB deteve o monopólio do mercado de resseguros no país até 2007, quando o setor foi aberto à atuação de companhias locais e estrangeiras. Em 2012, a companhia teve receita de R$ 2,4 bilhões, equivalente a 40% do mercado.


Fonte: Valor Econômico

Encontro Nacional define pauta específica dos funcionários do Mercantil

Os participantes do Encontro Nacional dos Funcionários do Mercantil do Brasil definiram a pauta de reivindicações específicas que será encaminhada para negociação com o banco mineiro. O evento, promovido pela Contraf-CUT e Fetraf-MG, foi realizado na quinta-feira (23), na sede do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte.

A minuta inclui demandas como melhores condições de trabalho nas agências, implementação de um Plano de Cargos e Salários (PCS), contratação de mais funcionários, segurança bancária, ampliação no número de bolsas de auxílio educacional, melhorias nos planos de saúde e odontológico, plano de previdência privada e Programa de Participação nos Resultados (PPR) mais justo e igualitário, dentre outras reivindicações.

Além da elaboração da pauta específica, os bancários também traçaram estratégias de luta e mobilização em todo o país. As entidades sindicais se comprometeram a trabalhar de forma coesa e organizada para potencializar a pressão sobre o Mercantil e conquistar mais direitos para os funcionários.

Durante o evento, os dirigentes sindicais tiveram acesso também a uma extensa análise de balanço, realizada pelo Dieese, sobre a situação financeira do Mercantil, baseada nos números divulgados pelo banco nos últimos anos. 

Hora de reconhecimento e valorização

Em palestra, o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira, fez uma radiografia minuciosa das contas do Mercantil e demonstrou que o momento financeiro do banco é favorável para que os trabalhadores se mobilizem cada vez mais e exijam o reconhecimento de todo o esforço e dedicação prestados ao banco, responsáveis por seus lucros cada vez maiores.

Miguel comemorou o sucesso do evento e avaliou que os funcionários do Mercantil saíram do Encontro Nacional mais unidos que nunca. "Agora, cada sindicato deve intensificar as mobilizações em suas bases, em consonância com o resto do país, para mostrarmos ao banco toda a força dos bancários, a fim de conquistarmos cada vez mais", ressaltou.

A presidenta da Fetraf-MG, Magaly Fagundes, destacou o sucesso do Encontro Nacional como um prenúncio de novas oportunidades de atuação do movimento sindical em favor dos trabalhadores. "As resoluções serão seguidas e o banco não terá como negar as reivindicações dos bancários do Mercantil, que são justas e necessárias. Tenho certeza que as ações realizadas em conjunto caminharão para um desfecho favorável ao trabalhador bancário", apontou.

Disposição de luta não falta

O funcionário do Mercantil e diretor do Sindicato de BH, Vanderci Antônio da Silva, destacou que, após o Encontro Nacional, os dirigentes saíram com um posicionamento definido em relação à atuação do movimento sindical em todo o Brasil. "Mostraremos disposição e força em nível nacional para lutarmos por melhores condições de vida e trabalho dentro do Mercantil. Os trabalhadores do banco abraçaram juntos essa luta pelo justo reconhecimento", afirmou.

Para Marco Aurélio Alves, funcionário do Mercantil e diretor do Sindicato de BH, o Encontro Nacional foi uma grande oportunidade de aprendizagem e incentivo para os dirigentes sindicais do banco. "A condução e a conclusão do evento foram bastante objetivas e coroaram os esforços de todos os presentes. Agora, precisamos avançar na luta para arrancarmos mais conquistas para os bancários do Mercantil. Os funcionários exigem a sua parte no lucro do banco, cujo crescimento se deve exatamente ao esforço incansável dos bancários", afirmou.

Já o presidente do Sindicato de BH, Cardoso, enfatizou que o Encontro Nacional foi um divisor de águas nas relações dos bancários com o Mercantil. "O banco não pode continuar usando de subterfúgios para negar anseios históricos dos funcionários, como a valorização, melhores condições de vida e dignidade. O movimento dos bancários do Mercantil sai deste Encontro mais fortalecido para enfrentar, de forma cada vez mais aguerrida e organizada, todos os abusos praticados pelo banco", concluiu.


Fonte: Contraf-CUT com Seeb BH

sexta-feira, 24 de maio de 2013

UNI Finanças envia cartas aos presidentes do Santander e cobra respeito

A UNI Finanças, sindicato global que representa 3 milhões de trabalhadores de 237 sindicatos de todo mundo da área de finanças e seguros, enviou na quarta-feira (22) cartas aos presidentes do Santander Brasil, Jesús Zabalza, e do grupo Santander na Espanha, Emilio Botín. Os documentos foram encaminhados pelo chefe mundial da UNI Finanças, Márcio Monzane.

"Rechazamos cualquier iniciativa que tenga por objeto dañar la libertad de expresión y obstaculizar la acción de las organizaciones representantes de los trabajadores. El Santander no puede impedir el legítimo derecho de los trabajadores bancarios de organizarse y expresarse en todo lugar en el que el grupo tenga atividades", afirma o documento em espanhol para Botín.

"Por lo tanto, nos solidarizamos con las organizaciones objeto de ataques contra su derecho de organizar y exigimos que el Santander Brasil respete a los sindicatos brasileños que representan a los trabajadores bancarios que tantos beneficios generan para esta institución financeira", defende Monzane. 

Clique aqui para ler a carta para Botín.

"Esperamos que el Santander revise su comportamiento con respecto a los sindicatos brasileños y entienda que en un momento de democracia no es posible, ni imaginable, que una empresa mundial todavía trate de impedir a los trabajadores organizarse y manifestarse por sus derechos", conclui Monzane na carta também em espanhol para o presidente do Santander Brasil. 

Clique aqui para ler o documento para Jesús Zabalza.

Além disso, a UNI Finanças lançará uma campanha por meio da qual sindicatos e trabalhadores de todos os continentes e categorias possam assinar carta a ser encaminhada aos presidentes do banco no Brasil e na Espanha.


Fonte: Contraf-CUT com UNI Finanças e Seeb São Paulo

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Em protesto contra demissões, agências do Santander atrasam abertura em uma hora

Protesto no Santander. Foto: Aldir Sales Gomes/SBTRAF
Seguindo a orientação da Contraf-CUT, o Sindicato dos Bancários e dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Campos dos Goytacazes e Região (SBTRAF) realizou, nesta quinta-feira (23), uma manifestação em protesto às massivas demissões praticadas pelo Santander. As agências Boulevard e Treze de Maio tiveram um retardo no funcionamento de cerca de uma hora, enquanto membros do Sindicato conscientizavam os bancários e bancárias que chegavam para trabalhar.

Com 26% de seu lucro mundial gerado no Brasil, o Santander dispensou 878 funcionários nos quatro primeiros meses do ano, segundo levantamento feito pela Contarf-CUT. O corte reduz o número de pessoas para atenderem os clientes, causando sobrecarga de trabalho, pressão, assédio moral, estresse, uso de medicamentos de tarja preta e doenças em seus servidores.

Para mais informações, clique aqui.


por Aldir Sales Gomes

Em vez de negociar emprego, Santander quer calar movimento sindical

O Santander continua dispensando trabalhadores em 2013, mesmo depois do processo de demissões em massa em dezembro do ano passado, quando o banco espanhol demitiu sem justa causa 1.153 funcionários e cortou 975 empregos. Nos primeiros quatro meses deste ano, conforme levantamento feito pela Contraf-CUT junto aos sindicatos, o banco espanhol dispensou 878 funcionários, principalmente coordenadores. Esse número, embora parcial, supera o total de 765 desligados nos primeiros quatro meses de 2012, conforme dados do Caged do Ministério do Trabalho e Emprego.

Essas novas dispensas aumentaram ainda mais a falta de funcionários nas agências, bem como a sobrecarga e a pressão no trabalho, o que gera assédio moral, estresse, uso de remédios de tarja preta e adoecimento de trabalhadores.

Essa realidade também prejudica o atendimento na rede de agências. Não é à toa que o banco liderou em abril, pelo terceiro mês consecutivo, o ranking de reclamações de clientes no Banco Central.

Dia Nacional de Luta

No dia 11 de abril, conforme orientação da Contraf-CUT, foi realizado um dia nacional de luta por mais e melhores empregos, com protestos em todo país. Houve distribuição de uma carta aberta aos clientes, pedindo apoio para a luta dos bancários.

Clique aqui para ler a carta aberta aos clientes.

No entanto, em vez de negociar com a Contraf-CUT, federações e sindicatos uma política de emprego, que garanta o fim das demissões imotivadas e da rotatividade, mais contratações e melhores condições de trabalho, o Santander deflagrou uma onda de ações judiciais contra sindicatos e a Contraf-CUT no Estado de São Paulo, citando trechos da carta aberta, para tentar intimidar o movimento sindical.

O banco ajuizou processos, com igual teor, em São Paulo, Campinas, Assis, Araras e Catanduva, buscando a condenação das entidades sindicais "em indenização por danos morais, além da obrigação de fazer e não fazer". Pode?

Acusações descabidas

O banco acusa as entidades de "promoveram a edição de notícias inverídicas e comentários difamatórios, revelando induvidosa má-fé e inegável intenção de deturpar a imagem, reputação e o bom nome do requerente junto aos seus clientes e à sociedade em geral".

"Muito embora o Sindicato réu venha divulgando o hipotético corte de 975 postos de trabalho, ainda que isso supostamente tenha ocorrido, devemos considerar o contexto onde isso ocorrera, ou seja, o universo de aproximadamente 53.900 empregados efetivos hoje no Santander em todo Brasil", alega o banco.

O Santander requer que as entidades "se retratem imediatamente acerca das notícias veiculadas por meio de panfletos e em seu site e, ainda, que deixem de veicular as propagandas/informes/notícias ofensivas ao banco".

Não é a primeira vez

O Santander, numa tentativa de intimidação contra as representações de trabalhadores, já entrou em agosto de 2011 com uma medida cautelar na Justiça contra o Sindicato dos Bancários de São Paulo, a Afubesp, a Fetec-CUT/SP e a Contraf-CUT para que fosse retirado do ar o spot veiculado na Rádio CBN na véspera da final da Copa Libertadores, entre Santos e Peñarol, em São Paulo. 

As quatro entidades foram condenadas a pagar uma indenização de R$ 1,5 milhão em primeira instância, mas recorreram da decisão judicial.

Mais uma prática antissindical do banco

"Trata-se de mais uma prática antissindical do Santander que agride a organização dos bancários de todo Brasil", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. "Vamos entrar com todas as medidas judiciais cabíveis e intensificar a mobilização da categoria para defender o direito de expressão das entidades sindicais na luta por emprego, condições dignas de saúde, segurança e trabalho, e melhoria do atendimento aos clientes", enfatiza.

"O banco devia apostar no caminho do diálogo e da negociação coletiva, ao invés de querer amedrontar, censurar e calar o movimento sindical", salienta Cordeiro.

"Não existe justificativa para demitir funcionários diante do lucro de R$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre deste ano no Brasil, que representa 26% do resultado mundial do Santander", reitera Ademir Wiederkehr, funcionário do Santander e secretário de imprensa da Contraf-CUT. 

Na Espanha, que passa por grave crise financeira e onde o banco obtém hoje 11% do lucro global, a situação é bem diferente para os bancários do Santander. No último dia 7, durante a 7ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais dos Bancos Internacionais, ocorrida em Assunção, o secretário de relações internacionais da Comfia-Comisiones Obreras, Francisco Garcia Utrilla (Pepe), disse que lá quase não há demissões no Santander e que um acordo assinado com os sindicatos espanhóis garante que não haverá medidas traumáticas nas relações de trabalho.

Valorização

Esse novo ataque do Santander está sendo duramente criticado nos encontros estaduais e regionais preparatórios ao Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicais do Santander, a ser realizado nos dia 4 e 5 de junho, em São Paulo. 

"Ao invés de ataques à organização sindical e enrolações nas negociações, queremos respeito, valorização e dignidade para os funcionários e aposentados do banco", conclui Ademir.



Fonte: Contraf-CUT

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Minuto de silêncio em memória do gerente morto do Santander no RS

Em encontro estadual realizado na última sexta-feira (17), na sede da Fetrafi-RS, em Porto Alegre, os dirigentes sindicais do Santander no Rio Grande do Sul fizeram um minuto de silêncio em memória do gerente geral da agência Santa Rosa, Antônio Ricardo Terra Fabrício, de 49 anos. Ele morreu na madrugada de terça-feira (14) após ter sofrido um infarto do miocárdio em sua residência. Tinha 28 anos de banco e deixou esposa e uma filha.

O trabalhador tinha marcado para a manhã de quarta-feira (15) uma reunião no Sindicato dos Bancários de Santa Rosa, pois se sentia pressionado, tinha medo de ser demitido e já estava próximo de sua aposentadoria. Não conseguiu comparecer!

Para o Sindicato, "o Santander está matando os seus funcionários". 

A diretora do Sindicato, Letícia Raddatz, que participou do encontro, contou que o gerente estava muito estressado, segundo informações da família, diante da pressão que sofria no trabalho por conta das cobranças que recebia para atingimento das metas do banco. "Durante o atendimento médico, ele ainda teve forças para pedir aos familiares que eles processassem o banco, caso ele viesse a falecer", contou a dirigente sindical.

Com o minuto de silêncio, os gaúchos repetiram a reverência feita no dia anterior pelos integrantes da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, durante reunião ocorrida na sede da Contraf-CUT, em São Paulo, a partir da sugestão do diretor do Sindicato dos Bancários do Litoral Norte e representante da Fetrafi-RS, Bino Köhler.

"O Santander passou dos limites, na medida em que não para de dispensar funcionários e cortar empregos, aumentando a sobrecarga de trabalho e a pressão pelo cumprimento das metas. Vários colegas estão usando remédios de tarja preta, outros estão licenciados para tratamento de saúde e muitos não se afastam por medo de serem demitidos. Agora um gerente geral de agência sofreu um infarto e morreu", afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, que também participou do encontro. "Precisamos evitar novas tragédias", apela o dirigente sindical. 

"Esse modelo de gestão do banco faz mal para os funcionários. Também não serve para os clientes, pois não é à toa que pelo terceiro mês consecutivo o Santander ficou em primeiro lugar em abril no ranking de reclamações no Banco Central", salienta o diretor da Contraf-CUT.

Além de prestar solidariedade aos familiares do gerente morto, os dirigentes sindicais decidiram levar ao Encontro Nacional dos Funcionários do Santander, a ser realizado nos próximos dias 4 e 5 de junho, em São Paulo, a necessidade de negociar com o banco o fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, combate ao assédio moral, fim das metas abusivas, melhores condições de saúde, segurança e trabalho, plano de cargos e salários (PCS), manutenção do plano de saúde na aposentadoria, eleições democráticas no SantanderPrevi e fim das práticas antissindicais, dentre outras propostas.

"Queremos que o Santander respeite os funcionários, os aposentados, o movimento sindical, o Brasil e os brasileiros", reitera Ademir. "A vida das pessoas tem que estar em primeiro lugar", conclui.


Fonte: Contraf-CUT com Fetrafi-RS e Seeb Santa Rosa

Brasil cria 196.913 empregos em abril, mas bancos cortam 107 vagas

Foto: Reprodução
O país criou em abril 196.913 empregos com carteira assinada, um aumento de 0,49% em relação ao mês anterior, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. O número é a diferença entre 1.938.169 contratações e 1.741.256 demissões no período. Apesar do saldo mensal ser o maior desde maio do ano passado, o resultado para os meses de abril é o pior desde 2009.

O ramo das instituições financeiras foi o único a registrar queda na geração de empregos, perdendo 107 vagas de trabalho. A redução no mês ficou em 0,02%.

Para o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, o crescimento do saldo de admissões registrado em abril é representativo. "Esses todos são números que nos encorajam a dizer que nós teremos, no decorrer deste ano, um expressivo crescimento e aumento na geração de novos empregos", disse.

Nos últimos 12 meses, foram criados 1.087.410 de postos formais de trabalho, crescimento de 2,79% em comparação ao período anterior. De janeiro de 2011 a abril de 2013, a criação de empregos chegou a 4.139.853. De acordo com a pasta, abril foi o mês em que se verificou "crescimento generalizado" entre oito setores da economia.

O setor de serviços liderou a geração de empregos no mês, com aumento de 75.220 postos de trabalho, representando um acréscimo de 0,46% no número de vagas. Em seguida está a indústria de transformação, com aumento de 40.603 postos de trabalho, um acréscimo de 0,49%. Em terceiro lugar ficou a agricultura, com abertura de 24.807 postos de trabalho, um aumento de 1,59% no mês.

Ontem, no programa semanal Café com a Presidenta, Dilma Rousseff adiantou os dados referentes ao crescimento de empregos em abril e destacou o desempenho do setor de serviços. O resultado, de acordo com a presidenta, se deve à elevação do nível de vida dos brasileiros. "A população modifica o seu padrão de consumo, demanda mais serviços e de forma mais diversificada", explicou. 

O estado de São Paulo tem o número de empregados contratados no país, com 80.227 vagas preenchidas. É seguido por Minas Gerais, com 23.523 novas admissões e Paraná, com 18.937. O pior resultado foi registrado em Alagoas, onde 13.646 vagas de trabalho foram fechadas.


Fonte: Agência Brasil

TST condena Bradesco a pagar R$ 600 mil a bancária vítima de LER

Foto: Reprodução
A Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho manteve condenação imposta ao Bradesco de indenizar uma bancária vítima de lesão por esforço repetitivo (LER). De acordo com laudo pericial, a trabalhadora esteve exposta habitualmente a agentes de risco ergonômico. Este fato, acrescido da negligência do Bradesco, que não realizou exames periódicos, levou o Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-BA) a condenar o banco a indenizá-la por danos morais e materiais.

O TRT fixou os valores de R$40 mil a título de danos morais e R$ 546 mil por danos materiais em razão de a bancária ter desenvolvido quadro de fibromialgia, síndrome do túnel do carpo e discopatia degenerativa lombar. Os primeiros sintomas das doenças surgiram em 1996 e provocaram seu afastamento das atividades profissionais no fim de 2001.

O recurso do Bradesco contra a condenação havia sido analisado anteriormente pela Quarta Turma, que, explicou que na fixação da reparação material o TRT-BA considerou aspectos referentes à vida funcional e social da empregada, como o valor da última remuneração e o intervalo entre o afastamento e o limite de 70 anos. Esse marco é considerado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como o atual teto da expectativa de vida média do brasileiro.

Na SDI-1, foi relator do caso foi o ministro Lelio Bentes Côrrea, que, seguido pelos demais integrantes do órgão, não conheceu dos embargos do banco. Especificamente em relação ao valor da indenização por danos materiais, o ministro explicou que o Bradesco, ao interpor recurso ordinário ainda no Regional, não impugnou a quantia estabelecida: os argumentos recursais se focaram exclusivamente no laudo pericial.

Quanto ao dano moral, o relator não constatou violação do artigo 1.533 do Código Civil, norma que não dá parâmetros para a aferição da proporcionalidade da condenação ao pagamento de indenização por danos morais.

Por outro lado, a Subseção afastou as alegações do banco de que haveria divergência entre julgados semelhantes. Conforme esclareceu o relator, os embargos foram interpostos antes da edição da Lei 11.496/2007, e, assim, aplica-se ao caso o entendimento da Orientação Jurisprudencial 294 da SDI-I, que impede a veiculação de embargos por divergência contra decisão de não conhecimento de recurso de revista, como foi a da Turma.


Fonte: TST

terça-feira, 21 de maio de 2013

Assembleia geral extraordinária do Banco do Brasil no dia 23 de maio


O Sindicato convoca todos os bancários e bancárias a participarem da assembleia geral extraordinária às 18h, em primeira convocação, e às 19h, em segunda e última convocação, com quaisquer número de presentes, na sede social da entidade.

E D I T A L     N.º 005/2013

ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

O SINDICATO DOS BANCÁRIOS E TRABALHADORES NO RAMO FINANCEIRO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES E REGIÃO, com CNPJ/MF sob o nº 28.975.902/0001-62, Registro Sindical Número 30.299, por seu presidente abaixo assinado, convoca todos(as) os/as empregados(as) do Banco do Brasil S/A, sócios(as) e não sócios(as) desta Entidade de Classe, da base territorial deste sindicato, nos municípios de Campos dos Goytacazes, São Fidélis, Itaocara, Aperibé, Italva, Cardoso Moreira, São João da Barra e São Francisco do Itabapoana, para a ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA, que se realizará no dia 23 de Maio de 2013, às 18:00 horas, em primeira convocação e, às 19:00 horas, em segunda e última convocação, com quaisquer número de presentes, no endereço à Rua Marechal Floriano, 129/133, para discussão e deliberação acerca da seguinte ordem do dia: 

  1. Adesão ao Acordo Coletivo de Trabalho firmado entre a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (CONTRAF/CUT) e o Banco do Brasil S/A, que instituiu a Comissão de Conciliação Voluintária (CCV). 
  2. Outros assuntos de interesse da categoria profissional.

 Campos dos Goytacazes/RJ, 16 de Maio de 2013

Rafanele Alves Pereira
PRESIDENTE

Proposta de carreira da Caixa será tema de assembleia no dia 22 de maio

O Sindicato dos Bancários e dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Campos dos Goytacazes e Região convoca assembleia, na quarta-feira (22) às 18h, em primeira convocação, e às 19h em segunda convocação, para os advogados, engenheiros, arquitetos e médicos da Caixa Econômica Federal, tendo como pauta a proposta apresentada pelo banco para carreira profissional desses funcionários e funcionárias.

Veja a seguir o edital da assembleia extraordinária:


E D I T A L     N.º 04/2013

ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA


O SINDICATO DOS BANCÁRIOS E TRABALHADORES NO RAMO FINANCEIRO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES E REGIÃO, com CNPJ/MF sob o nº 28.975.902/0001-62, Registro Sindical Número 30.299, por seu presidente abaixo assinado, convoca todos(as) os/as empregados(as) da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, pertencentes ao quadro de Carreira Profissional, sócios(as) e não sócios(as) desta Entidade de Classe, da base territorial deste sindicato, nos municípios de Campos dos Goytacazes, São Fidélis, Itaocara, Aperibé, Italva, Cardoso Moreira, São João da Barra e Sào Francisco do Itabapoana, para a ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA, que se realizará no dia 22 de Maio de 2013, às 18:00 horas, em primeira convocação e, às 19:00 horas, em Segunda e última convocação, com quaisquer número de presentes, no endereço à Rua Marechal Floriano, 129/133, para discussão e deliberação acerca da seguinte ordem do dia: 

  1. Discussão e deliberação sobre a proposta de Termo Aditivo ao ACT 2012/2013 sobre a Nova Estrutura Salarial - NES 2013 da Carreira Profissional. 
  2. Outros assuntos de interesse da categoria profissional. 

Campos dos Goytacazes/RJ, 16 de Maio de 2013


Rafanele Alves Pereira
PRESIDENTE

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Aprovação massiva: categoria elege Hugo Diniz e Eder Reis para presidência do SBTRAF com 99,5% dos votos

Eder Reis (esquerda) e Hugo Diniz (direita). Foto: SBTRAF - Campos e Região
Nesta quarta-feira (15), a Chapa 1 (única), encabeçada por Hugo André Lopes Diniz e Eder Reis, como vice, foi aclamada por 99,5% da categoria como a vencedora da eleição para presidência do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiros de Campos dos Goytacazes e Região (SBTRAF), para o mandato no período 2013/2017. 

A expressiva aprovação é fruto da confiança dos bancários, bancárias, aposentados e aposentadas, construída pela credibilidade a atuação dos que formam a chapa nas lutas em prol dos trabalhadores e trabalhadoras, não só da categoria bancária, como das demais. 

Dos 620 aptos a participarem do pleito, foram contabilizados 596 votos, sendo 593 na Chapa 1, três em branco e nenhum nulo. Onze urnas itinerantes percorreram as oito cidades que compõe a base territorial do SBTRAF (Campos dos Goytacazes, São João da Barra, São Francisco do Itabapoana, Cardoso Moreira, Italva, São Fidélis, Itaocara e Aperibé) e uma fixada na sede social da entidade. 

A mesa de apuração foi presidida pelo Dr. Carlos Fernando Monteiro da Silva, Presidente da OAB Campos – 12ª Subseção, auxiliado por Dr. Romualdo (Advogado do Sindicato e representante da OAB Rio), Hélio Anomal e Mônica Neves Barreto (Sindicato dos Trabalhadores em Saneamento do Norte e Noroeste Fluminense), Fabiano de Paula Junior (Presidente da Federação dos Bancários RJ/ES), Nilton Danião (Vice-presidente da Federação dos Bancários RJ/ES), Iracini Soares da Veiga (CUT-RJ), Paulo Robson dos Santos Manhães (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Almir Aguiar (Presidente do Sindicato dos Empregados Estabelecimentos Bancários do Rio de Janeiro). 

Entidades sindicais coirmãs participaram da eleição cedendo diretores para atuarem como presidentes e mesários das urnas, garantindo a lisura do processo eleitoral. 

“Vamos dar continuidade ao trabalho realizado pelo atual presidente, Rafanele Alves, e, acima de tudo, temos como principais desafios à manutenção da união sindical entre bancos públicos e privados e despertar a consciência dos novos bancários e bancárias para a importância de um sindicato fortalecido que os represente”, conclui Diniz.

Veja a seguir a galeria de fotos do momento eleitoral:

Itaú Unibanco fecha compra da Credicard por R$ 2,767 bilhões

O Itaú Unibanco fechou, na terça-feira(14), a compra da Credicard, a unidade de cartões do Citi, por R$ 2,767 bilhões. Os contratos foram assinados no início da noite na sede do Itaú, em São Paulo, na presença de alguns representantes do Citi. No entanto, os principais responsáveis pela negociação pelo lado do banco americano estavam em Nova York.

A operação envolve a compra da marca Credicard, do banco Citicard e da promotora Citifinancial, com 96 pontos de venda. Ficaram de fora do negócio os cartões American Airlines, Corporate, Credicard Platinum (exceto Credicard Exclusive) e os cartões com as marcas Citi e Diners, que permanecem com o Citi, num total de cerca de 1 milhão de cartões.

Com o negócio, o Itaú Unibanco leva para casa uma carteira de crédito de R$ 7,3 bilhões, além de 4,8 milhões de cartões de crédito. Já líder em cartões com sua base de 32,8 milhões de plásticos, o Itaú deve agregar cerca de 5 pontos percentuais no mercado, em termos de volume transacionado. Sozinho, o Itaú já tinha uma participação de 30%. Em 2012, o setor de cartões movimentou R$ 724,3 bilhões.

É uma clientela já conhecida do Itaú Unibanco e que vai se somar a uma base de 32,8 milhões do banco. Até 2004, Citi, Itaú e Unibanco dividiam o controle da Credicard. Naquele ano, o Unibanco vendeu sua participação para os dois sócios. Dois anos depois, Citi e Itaú se separam. Por já conhecer esses consumidores, a avaliação do Itaú é que será capaz de expandi-la com mais facilidade.

A própria marca Credicard é outro ativo que pesou na avaliação do Itaú. Estudo feito pelo banco mostrou que o nome ainda é importante no mercado de cartão de crédito. Mas ainda não está decidido como a marca Credicard será usada. Uma das possibilidades em estudo é destiná-la aos clientes não-correntistas do banco. Nos últimos anos, o Itaú fez investimentos pesados na marca Itaucard.

Sinergias também serão exploradas. Plataformas tecnológicas, por exemplo, serão integradas. Inicialmente o Itaú absorverá um contingente de 1.200 funcionários da Credicard. A questão ainda não respondida é o que o banco pretende fazer com esses funcionários ao longo do tempo. Em busca de ganhos de eficiência, no ano passado o Itaú Unibanco cortou 6,68 mil empregados.

Restam dúvidas, também, sobre a sobrevivência da rede de 96 lojas que vieram junto com Credicard, já que o banco tem 4.075 agências Brasil afora. Bancos que analisaram o ativo avaliaram a possibilidade de fechar as lojas, ou parte delas.

O Itaú desbancou o Bradesco e o Santander na disputa pelo ativo. Os dois concorrentes foram comunicados pelo Citi de que estavam fora da disputa na segunda-feira da semana passada. A partir de então, o Itaú seguiu negociando com exclusividade. BTG Pactual e Banco do Brasil participaram de fases anteriores da negociação.

De acordo com dados do Banco Central, compilados pela equipe de analistas do banco Brasil Plural, o banco Citicard, que englobava a Credicard, teve lucro líquido de R$ 172 milhões em 2012, com avanço de 13,4% na comparação anual.

Do lado do Citi, a operação deve trazer um ganho sobre a venda de aproximadamente US$ 300 milhões, após impostos, já no resultado do segundo trimestre deste ano. Em comunicado divulgado ontem, o banco reitera seu interesse no Brasil, apesar da venda da Credicard.

"Essa transação demonstra como estamos encontrando formas de otimizar nossos negócios e de focar em segmentos específicos nos mercados emergentes, em linha com a nossa estratégia global", disse Francisco Aristeguieta, presidente do Citi América Latina. "Fazemos negócios no Brasil há 98 anos, e continuaremos ampliando nossos negócios institucionais e de banco de varejo no país."


Fonte: Vanessa Adachi e Carolina Mandl - Valor

Lucro do BB tem alta de 2,2% e atinge R$ 2,5 bilhões no 1º trimestre

Foto: Reprodução
O Banco do Brasil registrou lucro líquido contábil de R$ 2,557 bilhões no primeiro trimestre, com alta de 2,2% sobre o mesmo período do ano passado. Considerando o resultado ajustado, a instituição teve desempenho em linha com o esperado e lucrou R$ 2,685 bilhões, uma queda de 0,7%.

Analistas consultados pelo site Valor Econômico esperavam lucro de R$ 2,7 bilhões, estável em relação ao mesmo período de 2012. A expectativa era de que, apesar de apresentar uma expansão do crédito bastante superior aos pares privados, resultados do fundo de pensão de seus funcionários (Previ) poderiam trazer um impacto negativo.

Desconsiderando a Previ, o lucro líquido contábil do banco cresceu 7,8% e alcançou R$ 2,445 bilhões de janeiro a março.

A carteira de crédito ampliada atingiu R$ 592,7 bilhões, após crescer 25,6% em 12 meses e 2,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior. O destaque foi o portfólio para empresas, com expansão de 32,7% em 12 meses, enquanto para as famílias o aumento foi de 26,3%, desconsiderando as operações provenientes do Banco Votorantim e de carteiras adquiridas.

A taxa de inadimplência acima de 90 dias caiu para 2,0% no primeiro trimestre, ante 2,2% no mesmo período do ano passado.

Os três grandes bancos privados já divulgaram seus balanços e mostraram, entre outros destaques, queda dos spreads. Esse foi o fator que mais impediu uma expansão vigorosa do lucro de Itaú Unibanco (1,3%) e Bradesco (4,5%), na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, ao lado de mudanças no mix de crédito para linhas de empréstimos menos arriscadas e Selic mais baixa que no início de 2012. No caso do Santander, houve uma queda de 29,6%.


Fonte: Daniela Machado e Karin Sato - Valor

terça-feira, 14 de maio de 2013

Quarta-feira (15) é dia de eleição para presidência do SBTRAF

Nesta quarta-feira (15), das 9h às 17h, cerca de mil bancários, bancárias, aposentados e aposentadas escolherão o novo presidente do Sindicato dos Bancários e dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Campos dos Goytacazes e Região (SBTRAF), para mandato no período 2013/2017. Serão 12 urnas que percorrerão os oito municípios do norte e noroeste fluminense da base territorial do SBTRAF. 

Encabeçando a chapa única de candidatura “Unidade na Luta Para Novas Conquistas”, está Hugo André Lopes Diniz, bancário do Bradesco, juntamente com Eder Reis, bancário do Banco do Brasil, como vice. 

A votação ocorrerá nas cidades de Campos dos Goytacazes, Aperibé, Cardoso Moreira, Italva, Itaocara, São Fidélis, São Francisco do Itabapoana e São João da Barra, em urnas itinerantes pelos bancos e postos avançados Itaú/Unibanco, Bradesco, Santander, HSBC, Mercantil do Brasil, Banco do Brasil e Caixa, além de uma urna fixa na sede do social do SBTRAF, localizada na rua Marechal Floriano, 129/133, Centro. 

Para maiores informações, entre em contato pelo telefone (22) 2723-4524 ou pelo e-mail bancariosdecampos@yahoo.com.br.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

É preciso abolir a discriminação racial nos bancos

Foto: Contraf-CUT
Em pleno século 21, os bancários ainda sofrem no cotidiano diversas formas de discriminação no Brasil. Entre elas se encontram aquelas institucionalizados nos bancos, que perpetuam modelos de desigualdades e exclusão. São as discriminações indiretas observadas na contratação de pessoas negras, com menor remuneração e ascensão profissional diferenciada se comparadas com os brancos.


"Os bancos, que se dizem modernos e comprometidos com a responsabilidade social, deveriam enfrentar essa realidade vergonhosa, adotando medidas específicas e eficazes de inclusão e integração racial e social", denuncia Andrea Vasconcellos, secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT. 

Para ela, as políticas de ações afirmativas são instrumentos essenciais para resolver problemas históricos de distorções salariais, desigualdades, exclusão e segregação no sistema financeiro.

13 de maio

A Contraf-CUT orienta a realização de atividades de luta contra o racismo, aproveitando a passagem do dia 13 de maio, data da abolição da escravatura, sob o mote "Vamos abolir a discriminação e promover a inclusão: Por mais contratações de negros e negras". 

As atividades dão continuidade ao processo de mobilização definido durante o 1º Fórum sobre Invisibilidade Negra no Sistema Financeiro, realizado pela Contraf-CUT em novembro de 2011, em Salvador. As entidades presentes ao evento firmaram uma carta compromisso para reforçar o combate à discriminação racial. 

"É necessário que o movimento sindical continue engajado, principalmente fazendo atividades e reflexões em datas como esta, pois ainda falta muito para abolir de vez a exclusão em que vive essa parcela importante da população brasileira", afirma Deise Recoaro, secretária de Mulheres da Contraf-CUT.

Abolição da escravatura sem inclusão social dos negros

A data lembra a assinatura da Lei Áurea em 1888 (125 anos atrás), que aboliu formalmente a escravidão de negros e negras no Brasil. Porém, não eliminou os preconceitos e as discriminações entre homens e mulheres, entre brancos e não brancos. 

Discriminação nos bancos

A discriminação é bastante visível quando se observa a composição dos altos cargos nos bancos, como diretorias, conselhos de administração e superintendências, bem como nos demais níveis hierárquicos e de composição do quadro de funcionários, como operacional, técnico gerencial e administrativo. 

Um exemplo é o conselho do Banco do Brasil, que tem 35 homens e nenhuma mulher. Destes, 31 são brancos, um amarelo, um pardo e duas pessoas não informaram sua raça, conforme relatório de sustentabilidade do banco.

Há 2.623 pessoas negras no BB, apenas 2,3% dos funcionários. Quando somamos negros, pardos e índios, o número é de 22.862 trabalhadores, significando 20,08% do quadro, o que expressa uma baixa participação ao considerarmos o total de 113.810 trabalhadores da instituição. 

Se nos bancos públicos, onde a contratação acontece via concurso público, a presença de negros e de negras é tímida, nos bancos privados a realidade é bem pior. "É necessário revelar a cor da exclusão no sistema financeiro e dar um basta à desigualdade racial ainda presente nos bancos públicos e privados com a implantação de ações afirmativas de inclusão", ressalta Andrea. 

Outra face da moeda: preconceito e racismo

No Brasil, banqueiros são como castas "intocáveis" e "superiores". Eles são, na sua ampla maioria, homens e brancos e mantêm uma estrutura de poder social e racial utilizada para definir lugares de poder e privilégios. 

A realidade permite observar que não há igualdade de oportunidades, de tratamento e de direitos entre brancos e negros no sistema financeiro. 

"Os altos lucros comprovam que os bancos têm condições financeiras para implantar programas de inclusão e demonstrar na prática a responsabilidade social que tanto apregoam nos seus relatórios", enfatiza Andrea. "Mas o que os banqueiros fazem é manter as desigualdades, além de praticar a rotatividade e demitir milhares de trabalhadores, agindo na contramão do crescimento com desenvolvimento econômico e social do país", aponta.

Injustiças

O sistema financeiro fere o princípio da igualdade diariamente. Executivo de bancos recebem milhões de reais em bônus e participação nos lucros, enquanto um funcionário de atendimento ganha uma PLR em torno de R$ 6 mil. 

"Esse abismo que separa a remuneração do alto escalão e dos trabalhadores da rede de agências é apenas um exemplo da absurda concentração de renda, que é totalmente injusta, descabida e intolerável", protesta a diretora da Contraf-CUT.

2º Censo da Diversidade

Na última reunião da Mesa Temática de Igualdade de Oportunidades com a Fenaban, ocorrida no dia 27 de março, em São Paulo, ficou definido o planejamento do 2º Censo da Diversidade, que deverá ser executado em 2014, conforme foi conquistado na Campanha Nacional dos Bancários de 2012. 

"Conseguimos garantir a participação do movimento sindical em todo o processo de construção do 2º Censo, desde a elaboração dos questionários, acompanhamento e divulgação dos resultados. Essa era uma reivindicação antiga para garantir transparência em todo processo", destaca Andrea.

Para ela, "o levantamento será um importante diagnóstico sobre a cara da desigualdade no sistema financeiro, estimulando novas ações de inclusão contra todas as formas de discriminação, racismo e preconceito que contrastam com a alta rentabilidade e os lucros abundantes do sistema financeiro no Brasil", conclui a dirigente da Contraf-CUT.


Fonte: Contraf-CUT

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Paralisação dos vigilantes atrasa abertura de bancos em Campos e região

Tumulto na entrada da agência central do Bradesco. Foto: Aldir Sales Gomes
As agências do Bradesco e Banco do Brasil de Campos dos Goytacazes e região abriram com cerca de uma hora de atraso, nesta sexta-feira (10), por conta de uma paralisação dos vigilantes. Os funcionários da segurança, destes bancos, não tiveram seus salários depositados pela empresa CJF e cruzaram os braços até a formulação de um acordo.

A firma terceirizada e seus servidores entraram em acordo para que os pagamentos sejam efetuados até o final do dia, do contrário, uma nova paralisação será feita na segunda-feira.

A demora para a abertura dos bancos causou tumulto e gerou problemas para os clientes. Idosos, pessoas com atendimento marcado e demais usuários tiveram de aguardar até que os serviços fossem normalizados.

Pela lei federal 7.102/83 e a Portaria 387/2006 da Polícia Federal, qualquer agência bancária é proibida de abrir com menos de três vigilantes.


por Aldir Sales Gomes, SBTRAF Campos e Região.

Lucro da Caixa cresce 12,5% e atinge R$ 1,3 bilhão no primeiro trimestre

Foto: reprodução
Aline Bronzati e Cynthia Decloedt 


A Caixa Econômica Federal apresentou lucro líquido de R$ 1,3 bilhão no primeiro trimestre deste ano, crescimento de 12,5% em relação ao mesmo período do ano passado. O retorno sobre o patrimônio líquido médio foi de 22,4%, queda de 13 pontos porcentuais ante os 35,4% vistos em dezembro. 

A carteira de crédito cresceu 43% de janeiro a março, alcançando estoque de R$ 390,6 bilhões, quando comparado ao mesmo intervalo de 2012. "Fizemos um ano do programa Melhor Crédito (com taxas de juros menores). Naquele momento, reafirmamos nossa estratégia de reduzir as taxas e garantir o resultado, a rentabilidade e a sustentação econômica do banco com outras ações, como o aumento do volume de negócios, receitas e ampliação de canais", afirmou Marcio Percival, vice-presidente de Finanças do banco, em entrevista exclusiva ao Broadcast.

As receitas totais da Caixa atingiram R$ 21,5 bilhões, com evolução de 13,6%, enquanto as receitas com operações de crédito alcançaram R$ 9,9 bilhões, crescimento de 21,1%.

O banco, contudo, está revisando para baixo a expectativa de crescimento de sua carteira de crédito em 2013, prevendo expansão de 33% a 35% em 2013. A previsão feita pelo banco no final de 2012 era de crescimento de 37%. A revisão reflete uma retração no crédito à pessoa física. A Caixa, no entanto, espera ampliar sua participação no mercado de crédito dos atuais 16% para 18% em 2013, elevando o volume das concessões para as empresas.

A Caixa, entretanto, acredita na expansão do crédito para a pessoa jurídica e aposta nas concessões neste segmento para ampliar seu market share, por meio de empréstimos tomados para capital de giro e dos programas de infraestrutura. De acordo com Percival, o segmento de infraestrutura é um dos principais focos de 2013 do banco. Dessa forma, a Caixa quer estabelecer uma parceria mais íntima com as companhias na estruturação de crédito corporativo, por meio de Project Finance e do mercado de capitais.

No primeiro trimestre, a Caixa totalizou 66,6 milhões de clientes, crescimento de 10% em um ano. "Apenas no primeiro trimestre trouxemos 1,3 milhões de clientes novos", disse Percival, acrescentando que o aumento foi impulsionado por vários produtos como crédito imobiliário, consignado (com desconto em folha) e outros.

A Caixa encerrou março com índice de Basileia de 14,2%, superior em 1,4 ponto porcentual em relação ao mesmo período do ano passado. O mínimo exigido pelo Banco Central é de 11%. O Basileia é um indicador de capitalização e mede quanto o banco pode emprestar sem comprometer seu capital.


Fonte: Agência Estado

terça-feira, 7 de maio de 2013

Contraf-CUT lança campanha por valorização dos bancários do Bradesco

Foto: Reprodução/Contraf-CUT
A Contraf-CUT, federações e sindicatos lançaram nesta terça-feira 7 de maio uma nova campanha por valorização e mais respeito aos funcionários do Bradesco. A mobilização foi definida no Encontro Nacional, realizado entre os dias 2 e 4 de abril, em Atibaia (SP), que também atualizou a pauta de reivindicações específicas a ser discutida de forma permanente com o banco.

A pauta tem como principais bandeiras a criação de um Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), melhores condições de trabalho e preservação da saúde, parcelamento do adiantamento das férias e auxílio-educação para todos.

Em suas campanhas publicitárias, o Bradesco apela a sentimentos de valorização do ser humano - o contrário do que o banco faz com seus funcionários. Fazendo alusão ao robô que o banco usa na propaganda, a campanha de valorização do funcionalismo explora essa contradição, com o slogan "Bancário não é lata. É gente como você, gente de verdade" (veja na imagem).

"O homem de lata simboliza a falta de humanidade nas relações de trabalho dentro do banco", explica Elaine Cutis, diretora da Contraf-CUT e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco.

A Contraf-CUT disponibilizou na seção Downloads da área restrita do site peças da campanha de valorização dos funcionários, um jornal dirigido aos bancários do Bradesco e outro voltado para os clientes.
O Encontro Nacional dos Funcionários de Bradesco, que foi precedido de encontros regionais, exortou os sindicatos a intensificarem a mobilização em todo o país para pressionar o banco a negociar as reivindicações específicas. As principais são as seguintes:

Por um Plano de Cargos, Carreiras e Salários

Reivindicação antiga, o PCCS é o conjunto de regras e normas que estabelece critérios claros, objetivos e transparentes de promoção, escalonamento e de responsabilidades dos bancários, de forma a garantir a igualdade de oportunidades para todos e a valorização profissional.

Hoje o banco privilegia os altos escalões com milionárias bonificações de resultados. E funcionários com o mesmo cargo e função ganham salários diferentes, há estagnação na carreira, vigora o apadrinhamento e o famoso QI ("quem indica").

Essa ausência de transparência causa insatisfação no ambiente de trabalho e faz com muitos talentos deixem a empresa por falta de perspectivas profissionais.

Saúde, condições de trabalho e reabilitação

A pressão por obtenção de metas cada vez maiores e abusivas leva ao assédio moral e aos crescentes casos de adoecimentos, tanto físicos quanto psíquicos, na categoria bancária. Queremos acabar com as metas abusivas e com o assédio moral e estabelecer relações de trabalho mais humanas.

Em relação à reabilitação profissional, o Bradesco discrimina os bancários que retornam da licença-médica, muitas vezes colocando em atividades totalmente alheias à sua função ou até mesmo em isolamento. Os bancários querem que o banco construa um programa próprio de reabilitação com base no que já existe na Convenção Coletiva, pondo fim a todas essas distorções.

Parcelamento do adiantamento das férias
Essa é uma cláusula nova que os bancários estão trazendo para a sua pauta de reivindicações. O que se quer é o parcelamento do adiantamento das férias em até 10 vezes mensais, de forma facultativa, sem acréscimo de juros ou encargos. Isso evitaria que os bancários recorressem a empréstimos para se recompor financeiramente quando retornam de férias.

A reivindicação pode ser perfeitamente atendida, pois os demais bancos, inclusive da rede privada, já concedem esse benefício aos seus trabalhadores.

Auxílio-educação

Entre os principais bancos que atuam no país, o Bradesco continua sendo o único sem nenhum incentivo educacional para o funcionalismo, apesar de exigir que os trabalhadores tenham cada vez mais qualificação.

É inconcebível um banco que apresenta lucro líquido de quase R$ 3 bilhões no primeiro trimestre do ano, com a maior rentabilidade dentre todos os bancos das Américas e da Europa segundo a consultoria Economática, não ter uma política de auxílio-educação.

O banco argumenta que já investe na qualificação por meio do Treinet. Mas ele é voltado somente aos interesses do banco e não supre a necessidade de uma formação de nível superior.
Afinal, em sua propaganda o Bradesco usa muito a Fundação Bradesco para tentar demonstrar seu compromisso com a educação. Mas ele não faz esse investimento em seus próprios funcionários.



Fonte: Contraf-CUT

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Sindicalistas se reúnem com presidente da Caixa por melhores condições de trabalho

Foto: Jair Rosa

São Paulo – O presidente da Caixa Federal, Jorge Hereda, afirmou a dirigentes sindicais que embora a empresa não possa abrir mão do descomissionamento, quer manter boas condições de trabalho e evitar abusos. Ele disse, ainda, que não é orientação da instituição financeira novas agências funcionando sem o número adequado de trabalhadores.

As afirmações foram feitas em reunião na sexta-feira 3, durante o 9º Feirão da Caixa no Expo Imigrantes.

Antes do encontro, os representantes dos trabalhadores entregaram carta ao presidente do banco público, na qual relatam o descumprimento de cláusulas do acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). “Deixamos claro que a falta de regras para o descomissionamento deixa os bancários à mercê do julgamento subjetivo da chefia. Outro problema que está sem solução se refere às condições de trabalho dos tesoureiros”, afirma o integrante da Comissão Executiva dos Empregados Dionísio Siqueira.

Segundo o dirigente sindical, Hereda se comprometeu em se reunir com os administradores do banco responsáveis em negociar com o movimento sindical. Além disso, para tratar das condições de trabalho nas unidades, o presidente da Caixa propôs a criação de uma comissão paritária – com representantes do banco e dos trabalhadores – para discutir propostas para melhorar as condições de trabalho na Caixa. “Nossa expectativa é que os representantes do banco tratem as negociações com mais seriedade e que atendam às reivindicações”, acrescenta Dionísio.

por Jair Rosa, Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Santander demite coordenadores e sobrecarrega remanescentes

Foto: Reprodução
Somente nos primeiros três meses deste ano o Santander já lucrou R$ 1,5 bilhão. Os funcionários são responsáveis por grande parte desse resultado, já que o arrecadado com as operações de crédito subiu 8,3% - batendo em R$ 256 bilhões -, e saltou 9,1% com prestação de serviços e tarifas, chegando a R$ 2,7 bilhões, o que representa uma folha e meia de pagamento de todos os funcionários.

Mas as principais políticas de "valorização e reconhecimento" da instituição espanhola no Brasil continuam sendo demissões, mais tarefas para os funcionários e criação de dificuldades para o recebimento da remuneração variável.

Em apenas dois dias úteis da última semana, o Sindicato dos Bancários de São Paulo recebeu denúncias de demissões de vários coordenadores e caixas, além de gerentes e funcionários de centros administrativos em sua base sindical. 

Na terça-feira 30, os bancários de Santos paralisaram seis agências do Santander depois de o banco ter demitido nove coordenadores na base territorial da entidade.


Sobrecarga de tarefas 


Os coordenadores já estavam trabalhando nos caixas das agências para suprir a falta de funcionários e atender à demanda dos clientes. De acordo com a diretora do Sindicato, Maria Rosani, para piorar a situação, os coordenadores de agências estão tendo de fazer serviços que antes eram realizados em outros setores. 

O processamento das operações dos caixas automáticos e compensação de cheques, por exemplo, eram efetuados em um núcleo específico. Agora, essas tarefas passaram a ser também de responsabilidade da área operacional. 

"Fora todo o serviço que o coordenador já tinha na agência, ele assumiu mais essas tarefas que o banco tirou de outras áreas, sem contar que estão ocorrendo demissões sem motivo, além de nenhuma contratação. Ou seja, o banco demite funcionários que lidam com o público e delegam mais serviço para os remanescentes, o que acarreta em uma sobrecarga desumana", afirma a dirigente sindical.


Mudança de regras 


O Sindicato também tem recebido dezenas de queixas referentes às mudanças de regras da remuneração variável. De acordo com os trabalhadores, o banco impôs mais ponderáveis na AQO (Avaliação de Qualidade Operacional), o sistema que monitora a área operacional das agências.

Uma unidade bancária pode pontuar negativamente na AQO até por causa de problemas banais, como por exemplo, uma caneta sem tinta na área dos caixas eletrônicos, se um cliente reclamar. Qualquer pontuação negativa de uma agência na AQO poderá afetar a verba variável de todos os funcionários da unidade.

Se uma agência tiver pontuação menor do que 8,5 (em um índice que vai de 0 a 10), nenhum funcionário daquela unidade receberá a verba variável, mesmo que o funcionário da agência tiver conseguido bater todas as metas exigidas pelo banco.

"Com menos funcionários, os riscos de ocorrerem erros são maiores. E isso é ótimo para o banco, porque ele esfola o trabalhador, que continua dando lucro. Mas, em contrapartida, o banco não divide esses lucros com o funcionário, ou seja, foram inventadas umas regras no meio do jogo para dificultar o recebimento da verba variável das pessoas", explica Rosani.

Para a dirigente, não é a toa que o resultado da pesquisa de clima organizacional mostrou um nível altíssimo de insatisfação dos trabalhadores, conforme informação recebida. 

"Até a comissão recebida pela venda de seguros, agora, está condicionada a uma pontuação da AQO superior a 8,5. Não é possível continuarmos assim. Os resultados foram bons, mas poderiam ter sido melhores caso houvesse mais respeito do banco para com os trabalhadores que não são máquinas e menos ainda produtos descartáveis", ressalta Rosani.



Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Itaú fecha 708 empregos no primeiro trimestre, chegando a 14 mil em dois anos

Foto: Reprodução
O Itaú apresentou lucro líquido recorrente de R$ 3,512 bilhões no primeiro trimestre, praticamente o mesmo (redução de 0,9%) em relação a igual período de 2012. Esse resultado representa uma rentabilidade anualizada de 19,1%, o dobro da rentabilidade média das instituições financeiras dos Estados Unidos e da Europa. Mesmo assim, o maior banco privado do país eliminou mais 708 postos de trabalho nos primeiros três do ano. Com isso, já são 14.407 empregos cortados pelo Itaú desde março de 2011. 

Segundo a empresa EFC Consultores, em reportagem publicada pelo jornal Brasil Econômico de 13 de março último, a rentabilidade média dos bancos norte-americanos e europeus varia entre 9% e 10%. Esses números coincidem com estudo realizado pela consultoria Economatica, segundo o qual as instituições financeiras dos Estados Unidos apresentaram um retorno sobre o patrimônio de 9,93% na média, em 2012. 

"A rentabilidade dos bancos que operam no Brasil também é de longe a maior de toda a economia. Não tem sentido, com esses resultados, o Itaú fechar postos de trabalho, em um momento em que o restante da economia está gerando empregos. A situação é mais dramática quando sabemos que o Itaú é o banco que produz a maior rotatividade do sistema financeiro. Essa política que concentra renda joga contra os interesses do país", critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

A economia brasileira gerou 1,3 milhões de novos empregos em 2012, segundo dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) do Ministério do Trabalho.


Cresce ganho com tarifas


O Itaú aumentou as receitas de prestação de serviço em 9,4% no primeiro trimestre, em contraste com crescimento de 16,95% nas rendas de tarifas bancárias. As despesas de pessoal, por sua vez, tiveram crescimento de 7,6%, atingindo R$ 3,65 bilhões. Esses resultados impactaram na elevação da cobertura dessas despesas, que passou de 147,5% para 152,9%. Isso significa que o banco paga todas as despesas de pessoal apenas com receitas de serviços e tarifas com um excedente equivalente a 52,9% da soma destas receitas.

O índice de inadimplência superior a 90 dias passou de 5,1% em março do ano passado para 4,5% agora (-0,1 p.p.). Com isso, as despesas de PDD tiveram redução de 18%, somando R$ 4,945 bilhões em março de 2013. 


Gastos com segurança


Em março de 2013, o banco gastou o equivalente a 3,73% do seu lucro líquido em despesas com segurança, num total de R$ 131 milhões. Em março de 2012, foram gastos R$ 133 milhões nessas despesas, o que representou 3,75% do lucro registrado naquele ano. 

Veja abaixo a comparação feita pelo Dieese entre os balanços do Itaú do primeiro trimestre de 2013 em relação ao mesmo período do ano passado.


01T2013
01T2012
Variação %
Ativos totais
1.028.706.873,00
896.841.831,00
14,70
Operações de crédito
371.348.016,00
347.368.798,00
6,90
Pessoa Juridica
207.003.504,00
191.107.952,00
8,32
Pessoa Física
164.344.512,00
156.260.846,00
5,17
Crédito Rural
 -
 -
 -
Patrimônio Líquido
74.415.957,00
72.484.251,00
2,67
Rentabilidade (LL/PL)
19,1
20,0
 - 0,9 p.p.
Lucro Líquido Recorrente
3.512.053,00
3.543.607,00
-0,89
Receita de Prestação Serviços
3.928.625,00
3.591.000,00
9,40
Rendas de Tarifas Bancárias
1.651.846,00
1.412.384,00
16,95
Despesa de Pessoal
3.649.699,00
3.391.882,00
7,60
Cobertura das Despesas Pessoal / Receita de Prestação Serviços
152,90%
147,51%
5,39 p.p.
Número de Empregados
89.615
96.294
-6,94
Despesas com PDD
4.945.194,00
6.031.366,00

Inadimplência
4,5%
5,1%
 -0,6 p.p.
Despesas com segurança
130.935,00
132.773,00
 -1,38


Fonte: Contraf-CUT