terça-feira, 20 de março de 2012

Não só podemos ilustrar o mês de março com artigos de mulheres importante.É muito importante quando podemos publicar em nosso Blog, artgo de Frei Beto que nos coloca a reflexão, retratando o ser "Mulher"

Dia da Mulher. Que mulheres?


Frei Betto - é escritor, autor de “A arte de semear estrelas” (Rocco), entre outros livros. www.freibetto.org twitter: @freibetto.


Antes de celebrar o Dia da Mulher a 8 de março, há que comemorá-lo. Os dois verbos têm diferentes significados, embora frequentemente empregados como sinônimos. Celebrar é promover cerimônia, destacar, tornar célebre, donde celebridade. Comemorar é fazer memória, resgatar o passado, atualizar lembranças.


De que mulheres tratamos nesta efeméride? Da empregada doméstica que a família preza como parente para camuflar a sonegação de seus direitos trabalhistas, a falta de carteira assinada, de férias regulares e salário digno?


É também o dia das babás, a quem é negado o direito de estudar, aprimorar-se profissionalmente, e exigido cuidado e afeto aos bebês da família? Quem se lembra das mulheres chefes de família, largadas à deriva por seus maridos, obrigadas à dupla jornada de trabalho para tentar educar os filhos?


As mulheres são a metade da humanidade. A outra metade, filhos de mulheres. E, no entanto, bilhões prosseguem submetidas ao machismo irreverente, proibidas de dirigir carros em alguns países árabes, obrigadas a suportar a poligamia em clãs africanos, forçadas à infibulação (castração feminina) em culturas fundamentalistas, menosprezadas ao nascer na China patriarcal.


Pobre Ocidente que, do alto de sua arrogância, mira tais práticas como se aqui as mulheres tivessem alcançado a emancipação. É verdade, multiplica-se o número de mulheres chefes de Estado ou de Governo, como, atualmente, Dilma Rousseff (Brasil); Cristina Kirchner (Argentina); Laura Chinchilla (Costa Rica); Ângela Merkel (Alemanha); Tarja Halonen (Finlândia); Pratibha Patil (Índia); Dália Grybauskaité (Lituânia); Eveline Widmer-Schlumpf (Suíça); Ellen Johnson Sirleaf (Libéria); e Sheikh Hasina (Bangladesh).


Não olhemos, porém, apenas para o alto. Mirem-se nas mulheres de Atenas, sugere Chico Buarque. “Elas não têm gosto ou vontade / Nem defeito, nem qualidade / Têm medo apenas / Não têm sonhos, só têm presságios / O seu homem, mares, naufrágios... / Lindas sirenas, morenas.”


Há que mirar em volta: mulheres como isca de consumo, adornando carros e bebidas alcoólicas. Mulheres no açougue virtual da chanchada internáutica e nas capas de revistas que cobrem as bancas de jornais, a exibir, como vacas em exposição pecuária, seus atributos físicos anabolizados cirurgicamente.


Milhões de mulheres tentando curar suas frustrações, via medicamentos e terapias, por não corresponderem aos padrões vigentes de beleza. Mulheres recauchutadas, anoréxicas, siliconizadas, em luta perene contra as rugas e as gorduras que o tempo, implacável, imprime a seus corpos. São as gatas borralheiras sempre a fugir da hora em que a velhice bate à porta, tornando-as menos atrativas aos olhos masculinos.


Sim, é preciso fazer memória de mulheres que não foram ricas de imbecilidade nem se expuseram na vitrine eletrônica do voyeurismo televisivo em rede nacional. Refiro-me a Judite, que derrotou o general Holofernes; Maria, que exaltou os pobres, despediu os ricos de mãos vazias e gerou Jesus; Hipácia, filósofa e matemática de Alexandria; Joana d’Arc, queimada viva por desafiar monarcas e cardeais; Teresa de Ávila, que arrancou Deus dos céus e centrou-o no coração humano; Joana Angélica, monja baiana que se opôs ao colonialismo português; Olga Benário, combatente contra o nazifascismo; Zilda Arns, que ensinou dezenas de países a reduzirem a mortalidade infantil; e tantas outras mulheres anônimas que, literalmente, carregam o mundo no ventre e nas costas.


À tradição cristã se deve muito a demonização da mulher. A começar pela interpretação equivocada de que foi Eva a responsável por introduzir o pecado no mundo. Assim como o papa se penitenciou por ter a Igreja Católica condenado Galileu e Darwin, é hora de se aproveitar uma data como 8 de março para reabilitar a mulher na Igreja, permitindo-lhe acesso ao sacerdócio, ao episcopado e ao papado.


Jesus primeiro se revelou como messias a uma mulher – a samaritana do poço de Jacó. Ela pode ser considerada a primeira apóstola. E foi a uma mulher – Madalena - que primeiro Jesus apareceu ao ressuscitar.


E é bom sempre recordar a afirmação do papa Sorriso, João Paulo I: “Deus é mais mãe do que pai”.

Fonte: Federação dos Bancários do RJ/ES

Em briga de marido e mulher, AGORA se mete a colher

Rita da Costa Pereira - é graduada em História pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em História Contemporânea pela Universidade Cândido Mendes



Com a chegada da burguesia ao poder, uma nova ordem despontou no horizonte. No período que ficou conhecido como a Belle Époque (1890-1920), se deu a consolidação de valores e atribuições dos papéis sociais femininos e masculinos que acabaram por contribuir e consolidar a dominação masculina sobre a mulher.


À mulher foi destinada a casa e, para reinar nesse espaço, era preciso ser comedida, dócil, honrar e respeitar seu marido, cuidar de seus filhos, não desenvolver a sua inteligência – já que esse era um traço masculino e comprometia sua natureza dócil. Ao homem foi destinada a rua e, como senhor soberano, deveria prover sua casa e gozar de total liberdade. Liberdade que incluía o exercício pleno de sua sexualidade. À mulher era vetado o exercício de sua sexualidade, considerado um desvio de caráter grave, punido de forma violenta. Punida pelo Estado, com o consentimento da sociedade.


Em uma sociedade patriarcal com tais valores, ser marido era também ser “dono”, e a mulher era “propriedade privada” do homem. Por isso é fácil entender a conhecida frase: “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”. A violência doméstica era assunto privado.


Esta autoridade masculina não estava presente somente no discurso, ela se fazia presente na lei. Em nosso país, o código Penal de 1890 previa prisão celular de 1 a 3 anos para a mulher adúltera. Neste código, só a mulher era penalizada.


No Brasil do início do século XX o crime passional não era passível de punição. A violência era justificada por uma perda momentânea da razão, causada por emoções fortes, como o ciúme, que justificava o homicídio, em nome do amor e da honra. Herança do ideal de amor romântico que não suportava a vida sem seu objeto de amor.


Mesmo nessa “camisa de força” as mulheres brasileiras alcançaram conquistas importantes no século XXI no que diz respeito à penalização da violência doméstica. Em 07/08/2006, foi criada a lei de número 11.340, que ficou conhecida como lei Maria da Penha – homenagem à farmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, que foi colocada em uma cadeira de rodas pela violência cometida por seu ex-marido. Esta lei alterou o código de processo penal, permitindo ao juiz decretar a prisão preventiva do agressor, e criminalizou a violência doméstica. Deu um basta às cestas básicas como punição para esse tipo de crime.


Mais recentemente, no dia 09/02/2012, por dez votos a um, o Supremo Tribunal Federal decidiu que os agressores de mulheres poderão ser denunciados independente da vontade da vítima. Desde a sua criação, que aumentou o número de denúncias de violência doméstica, esta foi a alteração mais significativa na lei 11.340. Até então somente as vítimas podiam fazer a denúncia. O medo que sentem do agressor sempre foi um grande entrave à denúncia da violência pelas mulheres. A vergonha e o medo fazem com que se sintam sozinhas, mas, com a última decisão do STF, a violência doméstica deixou de ser assunto da esfera privada e passou a ser o que sempre foi: responsabilidade pública.


Esta conquista permite que qualquer cidadão ou cidadã denuncie essa prática que viola os direitos humanos. Não tenho a ilusão de que estes mecanismos acabem com a violência doméstica, nem é esse o seu objetivo. Mas eles podem, sim, penalizar e tentar conter esse tipo de crime. Em nosso país os índices ainda são alarmantes e a cada quinze segundos uma mulher sofre algum tipo de violência no Brasil. Pessoalmente, só acredito na mudança da mentalidade de dominação masculina através da educação que valorize o direito à igualdade entre os gêneros. Mas enquanto não avançarmos nessa questão, em briga de marido e mulher AGORA eu meto, sim, a colher.

Fonte: Federação dos Banários do RJ/ES.

Durante o Mês de março, o Sindicato dos Bancários de Campos dos Goytacazes e região, durante o mês de março vem publicando vários artigos de Mulheres importantes, abordando a luta das mulheres para ocupar seus espaços na sociedade como um todo ou seja " A busca pela igualdade".

E no início era o lar...

Rita da Costa Pereira - é graduada em História pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em História Contemporânea pela Universidade Cândido Mendes


Nada mais atual do que a frase de Simone de Beauvoir quando afirmou que nós não nascemos mulheres, mas nos tornamos mulheres. Com funções e responsabilidades definidas socialmente em cada tempo histórico. No palco da vida “encenamos” nossos papéis, criados de acordo com as necessidades de cada tempo, de cada sociedade, de cada cultura. Esses papéis são laboriosamente pensados e construídos, e assim permanecerão até que o tempo devido os transforme.


Os dados do último senso do IBGE, do ano de 2010, nos mostram o trabalho do tempo. Ele traz, em números, informações surpreendentes quanto à consolidação da presença feminina no espaço público brasileiro. Em nosso país, quase 40 % das famílias são chefiadas por mulheres, ou seja, de cada dez famílias, quatro têm chefia feminina. Mas esse não é o único dado que surpreende. As mulheres brasileiras têm mais anos de escolaridades, em comparação aos homens, estão optando pela maternidade mais tardia e diminuindo o número de filhos. Cada vez mais autônomas em relação aos homens, tornam-se senhoras de seus destinos, quando foram, durante décadas, muitas vezes apenas “Rainhas do lar”.


Tais dados refletem a mudança da mentalidade social brasileira que cada vez abre mais o espaço público para a mulher. Mudanças pressionadas pelos movimentos sociais, sempre preocupados com a igualdade de gêneros.


A ideia do espaço privado como o local de realização do feminino, e do público como espaço masculino, é uma construção social que começou a se delinear no século XVIII. Apesar de sempre ter sido contestada por homens e mulheres, essa ideia tomou corpo e se consolidou com o discurso natural da gestação. Como geradora de vida, as mulheres se tornaram quase que automaticamente as únicas responsáveis pela educação e criação dos filhos. Foi para isso que foram criadas. O corpo frágil foi criado para a gestação e a amamentação. Este discurso se fez presente no Estado, nas escolas, nas Igrejas e nas instituições civis. Aos homens coube a responsabilidade de proteger suas mulheres e filhos e assegurar a manutenção da casa.


Aceitos por homens e mulheres, esses papéis foram empurrando cada vez mais as mulheres para o espaço privado, tornando-as as “Rainhas do Lar”. Aprender a costurar, lavar, passar, cozinhar, bordar, era pré-requisito para qualquer jovem que quisesse se casar. Mesmo que a jovem não desejasse o matrimônio, o discurso social dividia homens e mulheres em campos distintos. Os limites eram invisíveis, mas não despercebidos.


No mercado de trabalho, as profissões femininas tinham uma “marca” ligada à característica do seu papel social de mãe e esposa. Profissões como a de professora, secretária, costureira, enfermeira eram vistas como extensões das atribuições femininas no lar, e por isso eram aceitas pela sociedade. Elas não comprometiam a imagem feminina e eram condizentes com suas atribuições domésticas. Poucas ousaram romper esses limites, mas houve quem o fizesse. Em todos os tempos históricos tivemos mulheres presentes no mercado de trabalho, lutando para conquistar o espaço público, restrito aos homens.


Mesmo sem comprometer a imagem de seu papel social, essas profissões acabaram por estender o espaço público às mulheres. Aos poucos, com o consentimento social, elas abriram a porta da rua e foram em busca de sua realização. Organizaram-se em associações, sindicatos, partidos políticos, e, com determinação, entraram nas universidades, nos hospitais, tribunais, aviões.


Às vezes me pego pensando no que pensaria minha bisavó sobre essas mudanças. Com certeza ela me diria, horrorizada, que este mundo está perdido. Onde já se viu mulheres pilotando avião, dirigindo ônibus?


Recentemente uma matéria veiculada por um grande jornal brasileiro mostrou que a demanda por profissionais especializados na construção civil em nosso país está levando centenas de mulheres a se especializarem em colocação de azulejos, pisos, instalações elétricas e hidráulicas. O que mais me chamou a atenção é que as construtoras dão preferência às mulheres para este serviço. Não mais como nos séculos passados, quando as fábricas contratavam mulheres por serem mão de obra mais barata, mas pela competência e qualidade do trabalho realizado.


É interessante perceber as mudanças no mundo do trabalho. E pensar que aquelas que foram um dia “Rainhas do Lar” hoje avançam como profissionais competentes na construção de lares!


Conquista mais do que consolidada e justa do espaço público. Principalmente quando temos 40 % de mulheres brasileiras gerindo suas próprias vidas.

terça-feira, 13 de março de 2012

Comissão paritária do PCS da Caixa se reúne nesta segunda e terça

A Contraf-CUT, federações e sindicatos realizam nesta segunda-feira (12) reunião da comissão paritária do Plano de Cargos e Salários (PCS) com a Caixa Econômica Federal, estendendo-se até terça-feira (13), em Brasília.

O encontro foi agendado para concluir o debate sobre as regras de avaliação de desempenho para a promoção por mérito do ano-base de 2012, ao mesmo tempo em que serão definidos os critérios a serem adotados em 2013.

Para que o maior número possível de trabalhadores evolua na carreira, a Contraf-CUT defende o aprimoramento de todos os critérios, única forma de evitar injustiças e favorecimentos indevidos.

A Contraf-CUT luta ainda para que os empregados da Caixa tomem conhecimento prévio dos itens para os quais estão sendo avaliados.


Fonte: Fenae

Contraf-CUT debate programa de metas do Banco do Brasil nesta terça

A Contraf-CUT, federações e sindicatos retomam negociação permanente com o Banco do Brasil nesta terça-feira (13), em Brasília. O principal ponto de discussão será o Sinergia, novo programa de metas do banco.

"Na semana que passou fizemos reuniões em grandes agências para conversar com os bancários sobre questões a serem negociadas com o BB e o programa é uma das principais questões que preocupam os bancários", afirma William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT e funcionário do BB.

O banco mudou a forma de avaliação das agências e dos bancários. Até 2011, o acordo de trabalho era metrificador do resultado da dependência como um todo e era a referência para a parcela do módulo bônus da PLR.

"O BB mudou de um ano para outro o sistema que usa como referência para pagar parte da participação nos lucros e resultados, contratada com os bancários por meio de acordo coletivo com a Contraf-CUT, federações e sindicatos", salienta William.

O movimento sindical não tem concordância com a individualização de metas para avaliação dos trabalhadores em seus locais de trabalho, como define o novo programa. "Da forma como está configurado o programa, teremos dificuldades em negociar com o banco neste ano, principalmente se a empresa seguir fazendo mudanças que contrariam as proposições dos bancários", critica William.

"Vamos cobrar ainda a mesa de negociações sobre jornada de 6 horas, além de uma resposta do banco sobre a adesão da Cassi à Resolução 254 da Agência Nacional da Saúde, que regulamenta as coberturas mínimas dos planos de saúde. Também queremos negociação com o banco para a inclusão de todos os bancários incorporados na Cassi e na Previ, com igualdade de direitos dos funcionários, sejam eles pré ou pós 1998 ou de bancos incorporados", ressalta o dirigente da Contraf-CUT.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Artigo de Rosane Bertotti: Mulher, luta e coragem de ser feliz

Nasci do sexo feminino, mas me tornei de fato mulher quando percebi que meu desejo por um mundo melhor me fez descobrir o valor de reconhecer-se mulher em uma sociedade capitalista e gerada pelas regras do patriarcado. É preciso coragem para isso; para lutar contra valores subjetivos impostos em nossa sociedade; coragem para organizar a luta e ainda continuar com coragem para dizer em alto e bom som: sem medo de ser mulher, sem medo de ser feliz!

Ao longo da história da humanidade a sociedade tem se submetido aos princípios hegemônicos do capitalismo e do patriarcado. Em nossa luta por liberdade e igualdade, temos em nosso caminho uma inimiga atroz, a velha mídia, comandada por um pequeno grupo de pessoas que, na defesa dos interesses capitalistas das elites conservadoras continua a impor à sociedade seus valores discriminatórios, condicionando-a a perpetuar preconceitos arraigados durante séculos, de forma exponencial.

As produções da velha mídia se utilizam de todos os artifícios possíveis para fazer com que seus interesses comerciais e políticos prevaleçam: manipulação, mentiras, violência, desrespeito aos direitos humanos e reiteradas vezes, o desrespeito ao direito de ser mulher e de ser feliz.

Cotidianamente somos submetidas a inúmeros tipos de violência que nos perseguem desde os tempos mais remotos. Aristóteles, por exemplo, nos definia como um macho mutilado; Kant descrevia a mulher como pouco dotada intelectualmente e moralmente fraca.

Nos dias de hoje, a combinação sociedade de consumo e televisão é a principal responsável em tentar nos aniquilar, utilizando-se de um poderoso artifício: a sedução. A propaganda publicitária desde o seu surgimento mostra a mulher como produto de consumo, como parte integrante de um produto à venda, ou ainda, mostra o que a mulher deve fazer para transformar-se em um produto de consumo.

No maravilhoso mundo da propaganda, a mulher é refletida a partir de estereótipos - como fúteis, submissas, pouco inteligentes, objeto sexual etc. Por isso na maioria das vezes aparece nos meios de forma voluptuosa, semi-nua (ou nua), ou então limpando a casa e cuidando dos filhos sozinha.

A televisão, que ainda detém a maior influência na população, nos impõe diariamente um único "padrão" de mulher - o idealizado no imaginário criado pela subjetividade, ignorando a diversidade racial e cultural de nosso país. Utilizando-se do erotismo e da violência, as grades de programação estão repletas de conteúdos que banalizam e culpabilizam a mulher, que mostram a fragilidade e a submissão como coisas naturais. Onde estão as mulheres de verdade na televisão?

É por isso e muito mais que a democratização dos meios de comunicação é urgente e nossa participação na construção de políticas públicas para o setor é fundamental. Reafirmamos o direito à comunicação como princípio e por isso lutamos pela construção de um novo marco regulatório para as comunicações, que respeite a pluralidade, a diversidade e que tenha controle social. Esse será apenas o início do processo de conquista da verdadeira democracia e liberdade de expressão.

No meu sonho por um mundo melhor figura o respeito, com mulheres e homens convivendo em igualdade de gêneros - na vida, no trabalho, nos espaços de poder e em todo o lugar. Mas, para poder cantar alto e em bom som o direito de ser mulher e de ser feliz, durante a vigília também é preciso lutar por novo marco regulatório.

Nesta luta temos que ter o entendimento de que a comunicação é uma política pública e que as concessões de rádio e TV são um bem público e, portanto, é preciso ter mecanismos de controle social para sua garantia - para que a imagem da mulher e de outros atores sociais não seja mais deturpada, caluniada, desrespeitada, explorada, violentada, descaracterizada e até mesmo caricaturada.

Na vida real eu sonho e canto alto, porque ser mulher me deu coragem de não ter medo de ser feliz. E é por isso que continuo a lutar.

Viva o 8 de março, viva a luta das mulheres de todo o mundo!

Rosane Bertotti
Secretária nacional de Comunicação da CUT


Fonte: CUT

Brasil lidera ranking com juros de cartão de crédito de até 238% ao ano

O Brasil tem os maiores juros do mundo no cartão de crédito, mas poucos clientes pagam essas taxas - 81% das transações são consideradas à vista e 70% das compras parceladas são sem o pagamento de juros.

Os dados fazem parte de estudo da consultoria britânica Lafferty, que aponta o Brasil como um dos poucos países no mundo em que o cartão de crédito é mais utilizado como um meio de pagamento do que de financiamento do consumo.

Com os juros do cartão batendo 238,3% ao ano, segundo a Anefac, só 29% do valor das faturas não são pagas no vencimento e acabam submetidas as taxas do crédito rotativo, segundo a consultoria.

Isso faz do brasileiro um dos consumidores menos pendurados no cartão de crédito. Nos EUA, cartão de crédito é praticamente sinônimo de rotativo. No México, o rotativo chegou a 84% das faturas durante a crise de 2009 e caiu para 73% em 2011.

Para a consultoria, "benefícios generosos" como o parcelamento de até 12 vezes sem juros e prazo de até 40 dias entre a compra e o pagamento da fatura - o "melhor dia" para a compra - explicam por que o cartão de crédito mais do que se universalizou no país. Para cada 100 brasileiros, havia 114 cartões de crédito no final de 2011.

"As compras parceladas sem juros fomentam as vendas do varejo. O crédito rotativo é usado para emergência", disse Marcelo Noronha, diretor da Abecs (associação das empresas de cartão).

"A consequência desse modelo de negócio pouco usual no Brasil é a taxa alta de juros do crédito rotativo", diz a Lafferty.

Resistente a crises, o modelo brasileiro de compra parcelada sem juros foi testado na Argentina, na Colômbia e no México. O sucesso, porém, foi limitado a promoções para vender TVs e carros. Para o banco, a conta não fechava devido ao juro baixo e às poucas tarifas do cartão.

No Brasil, os custos do parcelamento sem juros são bancados pelo consumidor e pelos lojistas por meio de tarifas como anualidade e do processamento das transações - 2,5% do valor fica para a empresa de cartões.

Segundo as entidades de defesa do consumidor, o lojista "embute" no preço o custo do parcelamento sem juro.


Fonte: Contraf-UT com Folha de S.Paulo
O Brasil tem os maiores juros do mundo no cartão de crédito, mas poucos clientes pagam essas taxas - 81% das transações são consideradas à vista e 70% das compras parceladas são sem o pagamento de juros.

Os dados fazem parte de estudo da consultoria britânica Lafferty, que aponta o Brasil como um dos poucos países no mundo em que o cartão de crédito é mais utilizado como um meio de pagamento do que de financiamento do consumo.

Com os juros do cartão batendo 238,3% ao ano, segundo a Anefac, só 29% do valor das faturas não são pagas no vencimento e acabam submetidas as taxas do crédito rotativo, segundo a consultoria.

Isso faz do brasileiro um dos consumidores menos pendurados no cartão de crédito. Nos EUA, cartão de crédito é praticamente sinônimo de rotativo. No México, o rotativo chegou a 84% das faturas durante a crise de 2009 e caiu para 73% em 2011.

Para a consultoria, "benefícios generosos" como o parcelamento de até 12 vezes sem juros e prazo de até 40 dias entre a compra e o pagamento da fatura - o "melhor dia" para a compra - explicam por que o cartão de crédito mais do que se universalizou no país. Para cada 100 brasileiros, havia 114 cartões de crédito no final de 2011.

"As compras parceladas sem juros fomentam as vendas do varejo. O crédito rotativo é usado para emergência", disse Marcelo Noronha, diretor da Abecs (associação das empresas de cartão).

"A consequência desse modelo de negócio pouco usual no Brasil é a taxa alta de juros do crédito rotativo", diz a Lafferty.

Resistente a crises, o modelo brasileiro de compra parcelada sem juros foi testado na Argentina, na Colômbia e no México. O sucesso, porém, foi limitado a promoções para vender TVs e carros. Para o banco, a conta não fechava devido ao juro baixo e às poucas tarifas do cartão.

No Brasil, os custos do parcelamento sem juros são bancados pelo consumidor e pelos lojistas por meio de tarifas como anualidade e do processamento das transações - 2,5% do valor fica para a empresa de cartões.

Segundo as entidades de defesa do consumidor, o lojista "embute" no preço o custo do parcelamento sem juro.


Fonte: Contraf-UT com Folha de S.Paulo

Idec aponta que bancos 'empurram' pacotes mais caros aos clientes

Alguns dos maiores bancos de varejo do País 'empurram' para os clientes pacotes de tarifas mais caros do que o perfil do correntista sugere. É o que revela uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), obtida com exclusividade pelo 'Estado'.

No caso do Santander, por exemplo, essa disparidade significou um acréscimo de 69% no pacote (R$ 33,60, ante R$ 19,90). No HSBC, o plano contratado custou 53% a mais do que o indicado para o perfil do cliente (R$ 37,50 em vez de R$ 24,50).

No início de dezembro de 2011, seis pesquisadores do Idec foram a agências dos maiores bancos de varejo do País - Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Santander e HSBC - para abrir contas correntes. Todos foram orientados a descrever para o funcionário um perfil que se adequasse a pacotes com valores entre os mais baixos de cada instituição.

"Repetimos uma pesquisa que já havíamos feito em 2008, logo após o Banco Central implementar a nova regulamentação para o tema, e a conclusão é que não houve melhora de lá para cá", afirmou a gerente jurídica do Idec, Maria Elisa Novais. Ela observa que mesmo os bancos que acabaram oferecendo o custo-benefício adequado para o cliente relutaram em fazê-lo. "Em geral, eles não dão a melhor opção ao consumidor."

Encaixam-se nesse caso descrito pela advogada o Itaú e a Caixa. Em ambos, o pesquisador do instituto conseguiu 'comprar' o pacote oferecido, mas só depois de muita negociação. Na Caixa, o pesquisador ficou com o plano Caixa Fácil, que custa R$ 9,80 por mês. No Itaú, foi escolhido o Maxi Conta Itaú Econômica, ao custo mensal de R$ 11,80.

Apenas dois bancos apontaram de imediato planos mais adequados ao perfil do cliente: Banco do Brasil e Bradesco. No primeiro, o pacote buscado pelo pesquisador era até mais caro do que o sugerido pelo banco - R$ 19,70 em vez de R$ 27,90. No segundo, o plano 'vendido' custa R$ 19,55, abaixo dos R$ 22,40 do plano que o pesquisador procurava.

Falhas

Na avaliação do Idec, o problema mais grave foi o do Santander. "O atendente do banco disse que o cliente (pesquisador) não podia contratar o pacote que queria porque tinha uma renda muito alta para aquele plano", comentou Maria Elisa. "Mas isso não está em nenhuma regulamentação do Banco Central."

Em nota, o Santander afirma que "o caso apontado é pontual e não traduz a realidade". O banco diz ainda que "preza pela qualidade de seus serviços e produtos e o respeito ao consumidor, e desenvolve permanentemente programa de comunicação e treinamento dos seus colaboradores em relação às práticas 'consumeiristas'".

No HSBC, o sistema tecnológico enquadrou automaticamente o pesquisador do Idec em um pacote mais caro do que o sugerido. Segundo o relato do instituto, o funcionário chegou a dizer ao pesquisador que daria um "jeitinho". Informou que, após a contratação, alteraria para um plano mais barato, o que não ocorreu até o momento.

Também em nota, o HSBC informa que "orienta seus gerentes a apresentar ao cliente a relação de pacotes de serviços disponíveis, inclusive a opção pelos serviços essenciais, livres de tarifação". Ainda segundo o banco, "uma oferta que eventualmente não esteja enquadrada no perfil do cliente pode ocorrer em razão de falha pontual".


Fonte: Leandro Modé - O Estado de São Paulo

Bancários apresentam à Caixa premissas para modelo próprio de PLR

Terminou na tarde desta sexta-feira, dia 9, em Brasília, a primeira reunião do Grupo de Trabalho sobre Participação nos Lucros e Resultados (GT PLR), reunindo Contraf-CUT, federações e sindicatos, e a Caixa Econômica Federal. Os bancários apresentaram na reunião as premissas que nortearão os debates com a Caixa para a criação de um modelo próprio de distribuição dos lucros.

O coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE Caixa), Jair Ferreira, explica que a discussão parte de uma decisão do governo federal de fixar em 11,25% a parcela do lucro a ser distribuída para os funcionários das estatais. No caso da Caixa, caso o valor distribuído pela regra básica da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) seja superior aos 11,25%, vale a CCT, cujo limite é de 15%.

"Com o aumento dos lucros do banco, já em 2012 poderemos ter uma sobra entre o valor distribuído pela regra básica da CCT e o teto definido pelo governo. Por isso, estamos discutindo um programa que distribua essa diferença", afirma.

Os empregados colocaram para o banco algumas premissas fundamentais que a proposta precisa contemplar. Entre elas, estão a não vinculação a metas e a garantia de um modelo que contemple todos os bancários. "Também não abrimos mão da manutenção da regra básica da CCT", diz Jair.

"Foi uma reunião produtiva, com dois dias de debates intensos. Essa é uma discussão importante e que certamente estará entre os temas da Campanha Nacional dos Bancários 2012, quando esperamos conseguir finalizar uma proposta satisfatória", sustenta Jair.

Uma nova reunião do GT PLR foi agendada para a próxima quarta-feira, dia 14, às 14 horas, também em Brasília.


Fonte: Contraf-CUT ▪

Vigilantes deflagram greve e Agências Bancárias de Campos não abrem ao público

Os Vigilantes de Campos dos Goytacazes e Região realizaram na noite de sexta feira (09/03) concorrida Assembléia no salão social do Sindicato dos Bancários. Ao final da Assembléia por decisão unânime foi decretada a greve da categoria por tempo indeterminado a partir da 00 horas de Segunda Feira (12/03).

Dentre as principais reivindicações dos vigilantes estão: Reajuste Salarial de 10%, Pagamento do Adicional de Risco de Vida equivalente a 30%; Ticket Alimentação de R$16,50.

A Diretoria do Sindicato dos Bancários de Campos dos Goytacazes está visitando todas as agências bancárias da base exigindo o cumprimento da Lei federal de número 7102/83 que determina que a atividade bancária é vedada quando não houver segurança nas agências. “A greve é dos vigilantes, porém todos os bancários irão comparecer em seu local de trabalho cumprindo seus horários, mas, os serviços e atendimento ao público ficarão comprometidos já que as agências não podem funcionar sem um número mínimo de vigilantes.” Destacou Rafanele Presidente do Sindicato.



SBTRAF CAMPOS DOS GOYTACAZES E REGIÃO (RJ)

quinta-feira, 8 de março de 2012

Pesquisa Dieese: apesar de mais escolarizadas, bancárias ganham 24,10% menos

As mulheres bancárias ganham em média 24,10% a menos do que os homens, apesar de serem mais escolarizadas. As informações são resultado do levantamento realizado pela subseção do Dieese na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), feito com base em dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Nos bancos privados, a disparidade de salários de mulheres e homens é maior. Neles a remuneração das mulheres é 29,92% inferior à dos homens, enquanto, nos bancos públicos, a diferença salarial média entre homens e mulheres é de 15,25%.

Nos bancos, as mulheres ocupam 48,48% do total de postos de trabalho, totalizando 234.203 mulheres empregadas. Nos bancos públicos, as mulheres representam 42,97% dos empregados e, nos bancos privados, são maioria entre o total de trabalhadores (53,05%).


Distribuição de mulheres bancárias e remuneração média nos bancos públicos e privados

Brasil - 2010



Natureza Jurídica Estabelecimento
Feminino

No Trab.
Partic. %
Rem. Média
(R$)

Entidades empresariais estatais
94.125
42,97%
4.297,53

Entidades empresariais privadas
140.074
53,05%
3.485,47

Total
234.203
48,48%
3.811,79

Fonte: MTE/ RAIS


Elaboração: DIEESE - Subseção Contraf-CUT





Apesar disso, as mulheres que trabalham nos bancos têm maior escolarização que os homens, segundo a RAIS. No sistema financeiro como um todo, 71,67% das bancárias têm curso superior completo, contra 66,52% dos trabalhadores do sexo masculino. As diferenças salariais podem ser explicadas, segundo o estudo, pelo fato de as mulheres estarem concentradas em cargos na base da pirâmide, com as mais baixas remunerações.

As diferenças salariais entre homens e mulheres com doutorado chegam a 53,25% - enquanto o salário médio de um homem com doutorado é de R$ 12.595,93, o de uma bancária com o mesmo grau de instrução é de R$ 5.889,10.

Diferença entre a remuneração média de mulheres e homens (%)
Brasil - 2010. Clique aqui para ver o gráfico.

"O país está em pleno desenvolvimento econômico e, no setor que se diz mais moderno e socialmente responsável, não é possível que haja este tipo discriminação. Não dá mais para admitir estas diferenças, temos que romper este ciclo de desigualdade", afirma Deise Recoaro, secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT.

Ocupações

Mesmo ocupando quase metade das vagas, as mulheres estão em apenas 19% dos cargos de diretoria e mesmo assim ganhando menos do que os homens. As diferenças salarias entre homens e mulheres se mantêm em cargos de todos os níveis dentro do banco. Confira na tabela abaixo.




Ocupação
Homens
Mulheres
% de Mulheres

nº de trab.
Rem. Média
nº de trab.
Rem. Média

Diretores
1.929
23.688,10
455
18.936,18
19,09%

Gerentes
29.867
7.451,75
20.902
5.659,55
41,17%

Supervisores
9.122
4.036,15
8.894
3.320,81
49,37%

Escriturários e Técnicos Bancários
153.281
4.351,54
137.114
3.537,28
47,22%

Agentes, Assistentes e Auxiliares Administrativos
9.257
3.248,68
14.403
2.551,17
60,87%

Operadores de telemarketing e telefonistas
26.138
4.839,26
38.741
3.791,99
59,71%

Outros
19.300
6.287,95
13.694
4.938,32
41,50%

Total
248.894
5.022,22
234.203
3.811,79
48,48%






Menos tempo de casa

As mulheres são maioria entre os bancários nas faixas de idade entre 17 e 39 anos. A partir dos 40 anos, tornam-se minoria. Os dados revelam que os homens chegaram ao final de três décadas ocupando cerca de 17 mil vagas, quase o triplo dos 6 mil postos de trabalho das mulheres com mesmo tempo de casa. A saída precoce de mulheres dos bancos pode ser reflexo tanto da dificuldade de obterem promoções e de terem acesso a cargos de maior prestígio e remuneração, quanto da preferência dos bancos pela presença de jovens em seu quadro de funcionários.


Distribuição de mulheres bancárias e remuneração média nos bancos públicos e privados, por faixa etária

Brasil - 2010



Faixa Etária
Entidades empresariais estatais
Entidades empresariais Privadas
Sistema Financeiro

nº de mulheres
% de mulheres por faixa etária
Rem. Média
nº de mulheres
% de mulheres por faixa etária
Rem. Média
nº de mulheres
% de mulheres por faixa etária
Rem. Média

18 a 24 anos
4.015
4,27%
2.125,44
24.212
16,06%
1.929,28
28.227
16,06%
1.957,18

25 a 29 anos
16.269
17,28%
2.950,20
35.808
25,88%
2.750,27
52.077
25,88%
2.812,73

30 a 39 anos
27.223
28,92%
3.602,09
44.174
31,94%
3.941,97
71.397
31,94%
3.812,38

40 a 49 anos
30.746
32,67%
5.127,35
28.720
21,21%
4.635,48
59.466
21,21%
4.889,80

50 a 64 anos
15.834
16,82%
5.813,64
7.126
4,71%
4.992,17
22.960
4,71%
5.558,68

65 ou mais
38
0,04%
5.690,61
34
0,03%
5.661,11
72
0,03%
5.676,68

Total
94.125
100,00%
4.297,53
140.074
100,00%
3.485,47
234.199
100,00%
3.811,84

Fonte: M.T.E/ RAIS


Elaboração: DIEESE - Subseção CONTRAF/CUT





"A preferência por jovem pode estar associada ao uso da imagem de mulher para venda de produto. Condenamos este tipo de prática, pois a mulher tem que ser valorizada por sua competência", avalia a dirigente da Contraf-CUT.


Fonte: Contraf-CUT ▪ Últimas Notícias

terça-feira, 6 de março de 2012

Sem igualdade não há novo modelo de desenvolvimento, diz Rosane Silva

Este ano para celebrar o 8 de março mais do que nunca estaremos sintonizadas com as bandeiras históricas da CUT.

Nesse mês será lançada a campanha por Liberdade e Autonomia Sindical da nossa Central e estaremos nas ruas para lutar por um novo modelo de sociedade e afirmar que o centro da nossa pauta é a disputa por um modelo desenvolvimento sustentável com distribuição de renda, valorização do trabalho, liberdade e autonomia sindical e igualdade entre mulheres e homens.

Para nós desenvolvimento sustentável é o direito de todos e todas ao emprego, a terem condições de produzir e comercializar com dignidade, a possibilidade de crescimento pessoal, e também o direito ao tempo livre onde o resultado do trabalho não seja apropriado pelo capital.

Mais da metade da classe trabalhadora desempregada são mulheres, o que demonstra uma nítida desigualdade de oportunidades entre os sexos e a importância de uma agenda de crescimento econômico que gere empregos, de qualidade, nos quais as mulheres também estejam contempladas.

Esses dois temas reafirmam a centralidade do tema trabalho na luta das mulheres cutistas e a importância de estarmos inseridas nos debates gerais da central enfatizando que a classe trabalhadora tem dois sexos e que isso, em uma sociedade patriarcal e capitalista como a nossa, resulta em discriminação das mulheres no acesso, permanência e ascensão no mercado de trabalho.

As mulheres conquistaram avanços importantes ao longo da história, o Brasil tem uma Presidenta da República! No entanto um olhar mais cauteloso deixa evidente que para o conjunto das mulheres, principalmente as trabalhadoras, a discriminação ainda se faz presente no nosso cotidiano, e há muito a ser transformado para que possamos de fato construir uma sociedade livre do patriarcalismo.

Este ano até o final do primeiro semestre teremos dois grandes desafios a serem enfrentados: a) Garantir presença política e visual da CUT na Rio + 20 onde serão debatidos temas importantes para o mundo, mas em particular para as mulheres. Temas como a privatização da água, soberania alimentar, inundação de áreas em função de grandes obras são apenas alguns dos exemplos; b) Demonstrar na prática que nossa central tem um real compromisso com a construção da igualdade e aprovar a proposta de paridade no 11º CONCUT e eleger a próxima direção nacional com representação igualitária dos sexos.

No segundo semestre teremos a 1ª Conferência Nacional de Emprego e Trabalho Decente. É importantegarantir que as delegadas cutistas estejam presentes e se articulem com nossos companheiros para que na 1ª Conferência Nacional de Trabalho Decente haja efetivo compromisso com a pauta apresentada pelas cutistas.

Para reverter o quadro de desigualdades são necessárias políticas de elevação da renda, a exemplo da política de valorização do salário mínimo, o combate à diferenciação do trabalho por sexo, que confina as mulheres em guetos, a ratificação da Convenção 189, que trata do direito das trabalhadoras domésticas, a implementação de políticas públicas de apoio à reprodução social, como creches e de cuidado aos idosos.

O projeto de desenvolvimento para o Brasil com distribuição de renda e valorização do trabalho que vem sendo pautado pela CUT deve considerar a condição social das mulheres e sua situação no mercado de trabalho, ou seja, precisa ter como eixos a geração de empregos com qualidade e a garantia de políticas públicas de distribuição de renda.

Por isso a CUT organiza as mulheres - para mudar a vida de toda a classe trabalhadora, homens e mulheres, e construir uma sociedade de fato justa e igualitária. Este desafio passa por uma questão central que é a construção de um projeto de desenvolvimento para nosso país que incorpore a luta das mulheres.

Mobilizar o conjunto da classe trabalhadora e dos movimentos sociais em torno dessa agenda é uma tarefa central para todas/os sindicalistas que acreditam que, para mudar o mundo, é preciso mudar a vida das mulheres.

Para que possamos transformar radicalmente a estrutura de nossa sociedade, é de fundamental importância que a luta por igualdade entre homens e mulheres seja incorporada enquanto uma luta de toda a classe trabalhadora


Rosane Silva
Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT


Fonte: FUP

Contraf-CUT retomará campanha de valorização dos funcionários do Bradesco

Melhorias no plano de saúde, segurança e auxílio-educação são prioridades

Os representantes das federações na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, órgão da Contraf-CUT que assessora as negociações com o banco, estiveram reunidos nesta segunda-feira (5), na sede da confederação, em São Paulo. Os bancários discutiram os problemas enfrentados pelos bancários do Bradesco e a retomada da Campanha de Valorização dos Funcionários, feita anualmente pelos trabalhadores.

"Queremos mobilizar os trabalhadores e cobrar do banco soluções para a falta de condições de trabalho e segurança, os problemas no plano de saúde e a criação de um programa de auxílio-educação", afirma Elaine Cutis, diretora da Contraf-CUT e coordenadora da COE do Bradesco. "O banco tem feito negociações, mas sem resultados efetivos para os trabalhadores. É preciso destravar esse processo que o banco tem feito questão de deixar congelado", completa.

Plano de Saúde

Entre as principais demandas dos bancários discutidas na reunião, está a solução dos problemas do plano de saúde. Os bancários do Bradesco não possuem ainda atendimento de diversas especialidades, como psicologia, psiquiatria, fonoaudiologia, entre outras.

"Há bancários de outros bancos que possuem o plano de saúde do Bradesco e têm direito a um atendimento mais abrangente e com mais especialidades do que o dos próprios funcionários do banco, que tem o chamado 'seguro saúde'", explica Elaine.

"Além disso, os aposentados ficam sem qualquer proteção após deixar o banco, numa prova do descaso da empresa com quem lhe dedicou uma vida de serviços. Essas pessoas acabam gastando da própria aposentadoria para contratar um plano de saúde no mercado", sustenta a dirigente sindical.

Outro problema grave é o plano odontológico. Muitos profissionais têm deixado o plano por conta do aumento da burocracia após a fusão da Odontoprev com o Bradesco. Com isso, o plano, que já apresentava poucos profissionais em diversas regiões, passou a ser quase nulo em algumas localidades.

"Tem ocorrido um verdadeiro descredenciamento em massa no odontológico. É preciso resolver essa situação e garantir um atendimento de qualidade para todos os bancários, além da ampliação nos atendimentos do plano médico", diz Elaine.

Segurança e auxílio-educação

Outra questão importante diz respeito à decisão do banco de não instalar portas de segurança com detector de metais nas novas agências que abriu em 2011 e ainda retirar portas de algumas agências já existentes. "A porta é um equipamento fundamental nas agências para a segurança de bancários, vigilantes, clientes e usuários. O Bradesco tem que manter o aparato independentemente da existência de legislação municipal a respeito", afirma Elaine.

A estatística nacional da Febraban sobre assaltos a bancos, consumados ou não, indicou 422 ocorrências em agências e postos de atendimento bancário em 2011, um crescimento de 14,36% em relação a 2010. Para Ademir Wiederkehr, coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária e secretário de Imprensa da Contraf-CUT, o crescimento pode estar ligado à retirada de portas giratórias por alguns bancos e à inauguração de novas unidades sem esse equipamento indispensável.

Os trabalhadores reivindicarão ainda a criação de um programa de auxílio-educação, demanda antiga dos bancários do Bradesco, que ainda é o único entre os grandes bancos que não possui um programa de bolsas.

"O banco argumenta com a Fundação Bradesco, mas a função é muito diferente e não supre a necessidade e um incentivo para que os bancários possam completar seus estudos. O ensino superior é uma exigência da própria empresa para contratar e nada mais justo que ela auxilie seus trabalhadores nesse sentido", completa Elaine.


Fonte: Contraf-CUT

Bancários do BB fazem Dia Nacional de Luta por jornada de 6h nesta quarta

Os funcionários do Banco do Brasil de todo o país estarão mobilizados nesta quarta-feira (7) para um Dia Nacional de Luta pelo cumprimento da jornada legal de seis horas no banco, além de outras reivindicações da pauta permanente dos bancários, como melhorias no Plano de Carreira, fim do assédio moral, melhores condições de trabalho e atendimento aos clientes, entre outras.

Para apoiar a atividade, a Contraf-CUT disponibilizou materiais específicos para os sindicatos e federações. Os materiais podem ser acessados na seção de Downloads do site da entidade. Estão disponíveis arte de panfleto e camisetas, além de modelos de faixas e texto para um spot de rádio.

"É fundamental que os sindicatos façam atividades para envolver os bancários na luta pela jornada de seis horas, além de outras reivindicações da categoria, como o combate ao assédio moral promovido no BB 2.0, melhorias no Plano de Carreira, e a luta por Cassi e Previ para todos, com igualdade de tratamento e qualidade de atendimento", afirma William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT e funcionário do Banco do Brasil.


Fonte: Contraf-CUT